segunda-feira, 8 de junho de 2015

Sistema Linfático

No corpo humano existem diversos locais onde há produção de células linfóides maduras que vão agir no combate a agressores externos.
Alguns órgãos linfóides se encontram interpostos entre vasos sangüíneos e vão dar origem a células brancas na corrente sangüínea. Outros estão entre vasos linfáticos, e vão “filtrar” a linfa e combater antígenos que chegam até eles por essa via. Outros ainda podem ser encontrados fazendo parte da parede de outros órgãos, ou espalhados pela sua mucosa .
Os tecidos linfóides são classificados em primários e secundários. Os primários representam o local onde ocorrem asprincipais fases de amadurecimento dos linfócitos. O timo e a medula óssea são tecidos primários, pois é o local onde amadurecem o linfócitos T e B respectivamente. Os tecidos primários não formam células ativas na resposta imune, formam até o estágio de pro-linfócitos.
Os tecidos linfóides secundários são os que efetivamente participam da resposta imune, seja ela humoral ou celular. As células presentes nesses tecidos secundários tiveram origem nos tecidos primários, que migraram pela circulação e atingiram o tecido. Neles estão presentes os nodos linfáticos difusos, ou encapsulados como os linfonodos, as placas de Peyer, tonsilas baço e medula óssea. Devemos aqui destacar a medula óssea, que é órgão primários e secundário ao mesmo tempo.

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Órgãos linfóides primários

Timo

O timo é um órgão linfático que se localiza no tórax, anterior ao coração. É dividido em dois lobos, o direito e o esquerdo. É reverstido por uma cápsula fibrosa, que histologicamente vai penetrando pelo parênquima tímico e formando os septos conjuntivos que vai dividindo os lobos em inúmeros lóbulos. Sobre esta cápsula aparece um aglomerado de adipócitos que forma o tecido adiposo extratímico.
Os lóbulos tímicos pode ser evidenciado duas zonas, a zona medular e a zona cortical. A zona cortical, que é a mais periférica, apresenta os linfócitos T em maturação e a zona medular possui tecido conjuntivo frouxo e células reticulares epiteliais. Estas células reticulares epiteliais possuem prolongamentos que envolvem grupos de linfócitos em diferenciação na cortical e também formam estruturas de células concêntricas denominadas de corpúsculo de Hassal, cujo centro pode calcificar-se devido a morte de células centrais.
O timo se origina no embrião a partir da 3a bolsa faríngea de cada lado do corpo. Nesta bolsa se formam tubos de células epiteliais que vão crescendo em forma de cordões para baixo até o tórax. Os cordões perdem a comunicação com sua origem e se transformam na medular do timo. Cada cordão representa a medular dos lóbulos de cada lobo (direito e o esquerdo). As células reticulares emitem prolongamentos ( células reticulares epiteliais) e formam os septos, corpúsculos de Hassal e as áreas onde vão ser ocupadas pelos linfócitos T em maturação na cortical.
Depois do desenvolvimento do estroma do órgão, surgem as células fontes que vieram do fígado e do baço do embrião. Começa a partir daí a formação de pro-linfócitos T. Esta é a fase hepatoesplenicotímico, e esta presente o segundo mês de vida intra-uterina.
Entre os lóbulos tímicos aparecem diversos espaços chamados espaços intralobulares. Neste espaços passam vasos sangüíneos e também vaso linfáticos eferentes. São encontrados poucos vasos linfáticos, sendo todos eferentes. As artérias chegam ao órgão e ramificam-se em arteríolas e capilares no parênquima cortical. Esse capilares terminam na medular de cada lóbulo onde se originam as vasos venosos do timo e os vasos linfáticos. Estes últimos penetram nos espaços interlobulares e saem pela cápsula do timo. É importante destacar aqui a barreira hematotímica presente somente na cortical dos lóbulos. Esta barreira se refere a pouca permeabilidade dos capilares aos linfócitos da cortical.
Estes capilares possuem fortes junções oclusivas entre as células endoteliais e impede que os linfócitos ainda em processo maturação saem para o sangue. Quando os linfócitos atingem a fase de pro-linfócitos ou ainda linfócitos maduros não ativos, eles caem na medular onde penetram nas vênulas (estas não tem barreira) indo para veias, ou vasos eferentes linfáticos e saem do órgão em direção aos tecidos linfóides secundários.
O timo é um órgão que no recém-nascido esta no seu maior tamanho. Ele chega a pesar 30 gramas e cresce até a puberdade. A partir da puberdade o timo começa a involuir até chegar a 10 gramas no idoso. No recém nascido, o timo é grande devido ao desenvolvimento dos órgãos imune secundários, pois esses possuem áreas timo-dependentes que tem que ser preenchidas pelos linfócitos T. Na puberdade essas áreas já estão preenchidas, havendo apenas as substituições de lintócitos que saem pelos novos que vem do timo.
A função do timo é promover a maturação dos linfócitos T que vieram da medula óssea até o estágio de pro-linfócitos que vão para os outros tecidos linfóides, onde se tornam ativos para a resposta imune. Porém, o timo também dá origem a linfócitos T maduros que vão fazer o reconhecimento do organismo para saber identificar o que é material estranho ou próprio do organismo. Outra função importante do timo é a produção de fatores de desenvolvimento e proliferação de linfócitos T, como a timosina alfa, timopoetina, timulina e o fator tímico humoral. Estes fatores vão agir no próprio timico ( hormônios parácrinos) ou agir nos tecidos secundários (hormônios endócrinos), onde estimulam a maturação completa dos linfócitos.
Se houver uma timectomia no indivíduo, haverá uma deficiência de linfócitos T no organismo, e ausência das áreas timo-dependentes nos órgãos secundários.

Medula Óssea

Neste ítem iremos considerar a medula óssea como órgão primário e posteriormente no ítem 3.2 descreveremos a medula óssea como órgão secundário.
A medula óssea é constituída por céulas reticulares, associadas as fibras reticulares, que juntos dão o aspecto esponjoso da medul e tem a função sustentadora e indispensável ao desenvolvimento das células que participam da hemopoese. No meio deste tecido reticular encontramos uma enorme quantidade de capilares sanguïneos sinusóides, com grandes poros que permite a saída de células maduras.
Na tecido reticular encontramos diversos tipos de proteínas de adesão, sendo a hemonectina a mais importante para segurar as células em processo de maturação. A liberação das células para o sangue é feito por estímulos (fatores estimulatórios de liberação), sendo o componente C3b do complemento, glicocorticóides, androgénios e algumas toxinas bacterians os fatores mais significantes.
A medula realiza a hemocitopoese e armazena ferro para a síntese de hemoglobina, formando hemácias e leucócitos para o sangue no terceiro mês vida, com a ossificação da clavícula do embrião. N adulto, os ossos longos e a pelve são ossos que efetivamente produzem sangue.
A medula como órgão linfóides primário é capaz de formar pro-linfócitos que vem das células totipotentes (leia capítulo I). O Pro-linfócito não é capaz de realizar uma resposta imune, então se dirige aos órgão secundários para se desenvolver. A célula multipotente mielóide e linfoblastos T irão ao timo para formar linfócitos T.

Órgão linfóides secundários

Linfonodos são órgãos pequenos em forma de feijão que aparecem no meio do trajeto de vasos linfáticos. Normalmente estão agrupados na superfície e na profundidade nas partes proximais dos membros, como nas axilas, na região inguinal, no pescoço… Também encontramos linfonodo ao redor de grandes vasos do organismo. Eles “filtram” a linfa que chega até eles, e removem bactérias, vírus, restos celulares, etc.
O sistema linfático consiste em um conjunto de vasos que possuem válvulas e se distribuem por todo o corpo, com exceção de alguns órgãos como o cérebro, com a função de drenar o líquido intersticial que não retornou as vênulas, e coletar também restos celulares e microorganismo que estão no tecido. Os vasos linfático do corpo acabam desembocando em dois ductos principais: o ducto torácico e o ducto linfático direito, que desembocam na na maioria das vezes, na junção da jugular externa com a veia subclávia.

Gânglios linfáticos

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São pequenas formações de aspecto cilíndrico, oval ou esférico, que apresentam sobre sua superfície externa um hilo por onde penetram os vasos sangüíneos e os vasos linfáticos eferentes; enquanto que os vasos linfáticos aferentes alcançam os gânglios linfáticos pela parte oposta ao hilo. O gânglio linfático é irrigado por uma artéria que penetra através do hilo. Os gânglios linfáticos produzem linfócitos e em parte monócitos. Principais cadeias linfáticas. A) Gânglios linfáticos pericervicais, são gânglios linfáticos situados na zona, interpostos entre a cabeça e o pescoço, formando uma espécie de colar. Distinguem-se os seguintes grupos:
1. Gânglios linfáticos subocipitais, que provem da parte occipital do couro cabeludo e de uma parte da nuca
2. Auriculares: que compreendem um grupo posterior que se encontra na região mastóidea e recolhe a linfa, que provem dos linfáticos situados na região temporal e na superfície media do pavilhão auricular. Os vasos eferentes vão aos gânglios linfáticos parótidas. Os vasos eferentes desembocam nos gânglios linfáticos parótidas.
3. gânglios linfáticos parótidas: são muito numerosos e se dispõem no oco ou prisão parótida recebendo a linfa, que provem da porção frontal do couro cabeludo, das pálpebras, do nariz, e da região temporal, superfície lateral do pavilhão auricular, do conduto auditivo externo, do ouvido médio, e da glândula parótida.
4. gânglios linfáticos aferentes da testa , da porção medial das pálpebras, de parte do nariz, das maçãs do rosto e desembocam na cadeia jugular interna.
5. gânglios linfáticos submentonianos: São dois ou três gânglios situados na sínfise do queixo, da pele e da mucosa da parte media do lábio inferior, da ponta da língua e da superfície inferior da boca.
6. gânglios linfáticos retrofaríngeos: encontram-se situados entre a porção superior da parede posterior da faringe e as primeiras vértebras cervicais, recebem a linfa da rinofaringe, das trompas auditivas, do ouvido médio e das cavidades nasais.
B) Cadeia laterocervical superficial: é formada por quatro de seis gânglios linfáticos situados no curso da veia jugular externa. Estes gânglios linfáticos recebem os vasos linfáticos da pele da região carotidea e do tecidos conetivo subcutâneo, e em uma mínima parte a linfa que provem do pavilhão auricular e da glândula parótida. Os vasos eferentes desembocam na jugular interna.

C) Cadeia laterocervical profunda: é formada por três gânglios:

1. Cadeia jugular interna, formada por gânglios linfáticos dispostos ao largo do curso da maior parte da cabeça e do pescoço; os vasos eferentes formam o tronco jugular único ou duplo, que desemboca na confluência das veias jugular interna e subclávia ou conduto linfático à direita.
2. Cadeia do nervo acessório do vago, os vasos aferentes provem dos gânglios linfáticos mastóideos e occipitais, e os eferentes desembocam na cadeia cervical transversa.
3. Cadeia cervical transversa: situada ao longo da artéria transversa, recebe os vasos linfáticos da cadeia do nervo acessório do vago e os vasos aferentes formam o canal coletor cervical transverso, que desemboca na confluência entre a veia jugular interna e a veia subclava, ou melhor se une ao coletor jugular, ou termina à direita no conduto linfático direito e à esquerda no conduto torácico.
D) Cadeia jugular anterior: encontra-se ao longo do curso da veia homônima, seus vasos eferentes confluem na cadeia jugular interna ou na cervical transversa.
E) Nódulos linfáticos cervicais profundos anteriores: compreendem os seguintes grupos:

1. grupo infrahiroedeo.

2. grupo prefaríngeo: dispostos nas vias linfáticas da tireóide e laringe.
3. grupo pré-traqueal: situado em frente à porção da traquéia; os vasos aferentes provêm da tiróide e da traquéia; os vasos eferentes confluem nas cadeias recorrenciais ou na jugular interna.
4. cadeia recorrencial: situada no curso do nervo laríngeo ou recorrente (ramo do nervo vago), recebe a linfa da laringe, tireóide, traquéia e esôfago; os vasos eferentes formam o tronco que desemboca na confluência venosa ou no conduto torácico à esquerda e no conduto linfático direito à direita.
Linfáticos do tórax: distinguem-se os linfáticos parietais e viscerais. Os gânglios linfáticos parietais formam os seguintes grupos:
1. grupo mamário interno, disposto ao longo do curso da artéria mamária interna, que recebe os linfáticos da mama, da pele e dos músculos da região epigástrica e os vasos linfáticos que provêm dos gânglios linfáticos diafragmáticos anteriores.
2. grupo intercostal que se divide em médios e laterais e recebem a linfa da parte posterior dos espaços intercostais, que se dividem em médios e laterais, e recebem a linfa da parte posterolateral da parede do tórax. 3. grupo diafragmático: disposto na superfície convexa do diafragma, que se divide num subgrupo pré-pericárdico e dois subgrupos lateropericárdicos, que recebem a linfa que provem do diafragma do pericárdio da pleura que reveste a face inferior do diafragma e do fígado.
Os vasos eferentes se dirigem aos gânglios linfáticos viscerais e se encontram no mediastino anterior e posterior e nos pulmões. Formam os seguintes grupos:
1. grupo mediastínico anterior, que compreende os gânglios situados entre o esterno e o coração (gânglios cardíacos) e os que se encontram pela frente do arco da aorta e por cima do mesmo (gânglio pre-aórticos e supra-aórticos).
2. grupo mediastínico posterior formado por alguns gânglios linfáticos, situados entre o pericárdio e a coluna vertebral em relação com o esôfago, com a pleura e com a aorta torácica, isto é, com os órgãos do mediastino posterior.
3. grupo paratraqueobronquial ou estação mediastínica media, formado pelos gânglios linfáticos traqueobronquiais de Barety; estes gânglios linfáticos estão situados ao redor da bifurcação da traquéia e tem

sido classificados em 5 grupos:

  • A) intertraqueobronquial (ocupa o ângulo de bifurcação da traquéia);
  • B e C) pretraqueobronquiais direito e esquerdo (ocupam a cada lado o ângulo entre a traquéia e o brônquio);
  • D e E) grupo hiliar (situado no hilo de cada pulmão)
4. gânglios linfáticos intrapulmonares, estão situados no interior dos pulmões, em correspondência dos ângulos formados pelas ramificações bronquiais e dos pulmões e os vasos eferentes confluem no grupo hiliar da estação peritraqueobronquial. Linfáticos dos membros inferiores.
No membro inferior existem três estações nodulares:
A) Estação tibial anterior, formada pelo gânglio tibial anterior que se encontra em contato com a porção superior da artéria tibial anterior, em frente da parte superior da membrana interóssea, recebe os vasos linfáticos que provêm da parte profunda da planta do pé; esse tronco se acomoda logo junto aos vasos linfáticos profundos da região anterior da perna para confluir no gânglio linfático tibial anterior.
Os vasos linfáticos eferentes atravessam a parte superior do espaço interósseo da perna, de frente para trás, desembocando os gânglios poplíteos.
B) estação poplítia: é formada por 4 ou oito gânglios linfáticos, imersos no tecido adiposo que enche a fossa poplítea. Encontra-se por cima dos côndilos do fêmur (supracondileos), entre os côndilos do fêmur (intracondileos), em contato com a superfície posterior da cápsula articular do joelho (justa-articulares) e por último nas proximidades da embocadura da safena menor na veia poplítea (justa-safenos). Recebem os vasos linfáticos que provêm da estação tibial anterior, os vasos linfáticos que acompanham o curso dos vasos da planta do pé, dos vasos tibiais posteriores e perônios e os linfáticos que provêm da articulação do joelho. Por último, a estação poplítea recebe também os vasos linfáticos safenos internos, que dispõe do dorso do pé e dos planos superficiais da região da perna.
c) Estação inguinal: é formada por gânglios linfáticos que se encontram na região inguinofemoral, situada embaixo da dobra da virilha e que compreende parte da superfície ântero-medial da coxa; nesta estação se distinguem gânglios superficiais e profundos:
1. gânglios inguinais superficiais: estão situados no espessor do tecido conetivo subcutâneo pela frente da fasciata.
Estes gânglios costumam ser de oito a doze, e estão separados entre si por duas linhas imaginárias que se entrecruzam em ângulo reto, em correspondência da influência da veia safena maior na femoral. Distinguem-se assim quatro grupos de gânglios: superolateral, superomedial, inferolateral, e inferomedial.
2. gânglios inguinais profundos: estão em número de dois ou três, colocados perto da superfície media da veia femoral, profundamente a fascia cribosa, no triângulo de Scarpa.
Este grupo recebe vasos linfáticos que provêm dos gânglios inguinais superficiais. Os vasos linfáticos eferentes dos nódulos inguinais profundos se dirigem para a pélvis, desembocando nos gânglios ilíacos externos. Linfáticos da pélvis: são formados por grupos de gânglios linfáticos que se encontram ao longo dos vasos ilíacos externos, internos e comuns, pelo qual se descreve a estação ilíaca comum. Os gânglios ilíacos externos estão dispostos ao longo da veia e da artéria ilíaca externa, são dois ou três e estão situados imediatamente à direita do ligamento femoral e são denominados ilíacos comuns.
Os gânglios ilíacos internos ou hipogástricos estão situados ao longo do curso da artéria ilíaca interna, em relação com a parede lateral da parede pélvica e com a superfície anterior do sacro. Os gânglios ilíacos comuns estão situados no curso dos vasos ilíacos comuns e sobre o corpo da quinta vértebra lombar. Os vasos eferentes confluem nos gânglios linfáticos inferiores da estação lomboaórtica.

Coletores linfáticos principais

Os vasos ou coletores linfáticos correm longo percurso sem se anastomosar. Entretanto, em condições patológicas, as comunicações anastomóticas existem como vias alternativas de fluxo linfático. O vaso linfático quer superficial ou profundo, possuem numerosas valvas bivalvulares, sendo os espaços compreendidos entre cada válvula chamada de linfangion (Garrido, 2000). Esses vasos são de maior calibre possuindo estrutura semelhante a das grandes veias. Na constituição do vaso linfático estão as três camadas: íntima, média e adventícia. A túnica íntima é a mais interna, apresentando um revestimento endotelial e um retículo delicado, com fibras elásticas dispostas longitudinalmente. Seu lúmem possui projeções internas formando as várias válvulas. A túnica média envolve a íntima, sendo composta de três a seis camadas de células de musculatura lisa arranjadas em espiral, circularmente, com algumas fibras dispostas no sentido longitudinal do vaso. Ela é responsável pela contratilidade do vaso e conseqüente propulsão da linfa. A túnica adventícia é a mais externa e espessa, sendo formada por fibras colágenas longitudinais, entre as quais existem fibras elásticas e feixes de musculatura. Possui também tecido conjuntivo, terminações nervosas e a vasa vasorum. Os vasos linfáticos assim constituídos são chamados de coletores linfáticos pré ou pós-nodais, conforme a sua relação com os linfonodos, sendo os pré-nodais linfáticos aferentes e, os pós-nodais, eferentes (Camargo, 2000).

Capilares linfáticos

A rede linfática tem seu início nos capilares linfáticos, formando verdadeiros plexos que se entrelaçam com os capilares sanguíneos. Através dos vasos pré-coletores e coletores, a linfa prossegue até chegar ao canal linfático direito e ao ducto torácico, que desembocam na junção das veias subclávia e jugular interna. (Camargo, 2000).
Os capilares linfáticos possuem um endotélio mais delgado em relação ao sanguíneo. Suas células endoteliais sobrepõem-se em escamas, formando microválvulas que se tornam pérvias, permitindo sua abertura ou fechamento, conforme o afrouxamento ou a tração dos filamentos de proteção. Quando tracionados (conforme a pressão ou a movimentação dos tecidos), os filamentos permitem a penetração de água, partículas, pequenas células e moléculas de proteínas no interior do capilar, iniciando então a formação da linfa. O refluxo linfático não ocorre devido ao fechamento das microválvulas linfáticas (Garrido, 2000).
A rede capilar linfática é rica em anastomoses, sobretudo na pele, onde os capilares linfáticos estão dispostos de forma superficial e profunda, em relação à rede capilar sanguínea. O mesmo não ocorre nos vasos e ductos linfáticos Nos capilares linfáticos, os espaços intercelulares são bem mais amplos, possuindo “fendas” entre as células parietais, permitindo que as trocas líquidas entre o interstício e o capilar linfático se façam com extrema facilidade não só de dentro para fora, como de fora para dentro do vaso (Duque, 2000).

Vasos Linfáticos

Esses vasos conduzem a linfa dos capilares linfáticos para a corrente sanguínea. Há vasos linfáticos superficiais e vasos linfáticos profundos.
Os superficiais estão colocados imediatamente sob a pele e acompanham as veias superficiais. Os profundos, em menor número, porém maiores que os superficiais, acompanham os vasos sanguíneos profundos.
Todos os vasos linfáticos têm válvulas unidirecionadas que impedem o refluxo, como no sistema venoso da circulação sanguínea.

Gânglios Linfáticos

Em diversos pontos da rede linfática existem gânglios (ou nodos) linfáticos (pequenos órgãos perfurados por canais). A linfa, em seu caminho para o coração, circula pelo interior desses gânglios, onde é filtrada. Partículas como vírus, bactérias e resíduos celulares são fagocitadas pelos linfócitos existentes nos gânglios linfáticos. Os gânglios linfáticos são órgãos de defesa do organismo humano e produzem anti-corpos. Quando este é invadido por microorganismos, por exemplo, os glóbulos brancos dos gânglios linfáticos, próximos ao local da invasão, começam a se multiplicar ativamente para dar combate aos invasores. Com isso, os gânglios incham, formando as ínguas. É possível, muitas vezes, detectar um processo infeccioso pela existência de gânglios linfáticos inchados.
Órgãos linfáticos: amígdalas (tonsilas), adenóides, baço, linfonodos ( nódulos linfáticos) e timo (tecido conjuntivo reticular linfóide: rico em linfócitos).
Amígdalas (tonsilas palatinas): produzem linfócitos.
Timo: órgão linfático mais desenvolvido no período prenatal, involui desde o nascimento até a puberdade.
Linfonodos ou nódulos linfáticos: órgãos linfáticos mais numerosos do organismo, cuja função é a de filtrar a linfa e eliminar corpos estranhos que ela possa conter, como vírus e bactérias. Nele ocorrem linfócitos, macrófagos e plasmócitos. A proliferação dessas células provocada pela presença de bactérias ou substâncias/organismos estranhos determina o aumento do tamanho dos gânglios, que se tornam dolorosos, formando a íngua.
Baço : órgão linfático, excluído da circulação linfática, interposto na circulação sangüínea e cuja drenagem venosa passa, obrigatoriamente, pelo fígado. Possui grande quantidade de macrófagos que, através da fagocitose, destroem micróbios, restos de tecido, substâncias estranhas, células do sangue em circulação já desgastadas como eritrócitos, leucócitos e plaquetas. Dessa forma, o baço “limpa” o sangue, funcionando como um filtro desse fluído tão essencial. O baço também tem participação na resposta imune, reagindo a agentes infecciosos. Inclusive, é considerado por alguns cientistas, um grande nódulo linfático. O baço está situado na região do hipocôndrio esquerdo, entre o fundo do estômago e o músculo diafragma. É mole e esponjoso, fragmenta-se facilmente, e sua cor é vermelho-violácea escura. No adulto, mede cerca de 13 cm de comprimento e 8 a 10 cm de largura. É reconhecido como órgão linfático porque contém nódulos linfáticos repletos de linfócitos.
Origem dos linfócitos: medula óssea (tecido conjuntivo reticular
  • mielóide: precursor de todos os elementos figurados do sangue).
  • Linfócitos T – maturam-se no timo.
  • Linfócitos B – saem da medula já maduros.
Os linfócitos chegam aos órgãos linfáticos periféricos através do sangue e da linfa.

Curiosidades

O comprimento total dos capilares de um adulto chega a 1000 km.
Em condições normais, nosso coração bate 72 vezes por minuto. Em esforço violento, pode chegar a 200 batidas por minuto.
Cada milímetro cúbico de sangue contém cerca de 5 milhões de hemácias. Em todo o nosso sangue, o número chega a 25 trilhões.
Nossas hemácias vivem de 120 a 130 dias.
Em cada segundo, nosso organismo destrói 1 milhão e 500 mil hemácias velhas. Novas hemácias são produzidas na medula óssea vermelha.
A quantidade média de leucócitos é de 7000 por milímetro cúbico. Numa infecção, essa quantidade pode subir para 20000 ou mesmo 30000.
Em trinta anos de vida, o coração de uma pessoa já se contraiu 1 bilhão, 135 milhões e 296 mil vezes.
O edema é uma inchação provocada pelo arrebentamento de capilares e saída de plasma sanguíneo.
Se você tiver que ficar de pé um longo período de tempo, contraia os músculos da perna de vez em quando, para movimentar o sangue na direção do coração.
A íngua é o resultado da reação do organismo a uma infecção.
Em um dia todo, o sangue do nosso corpo passa 1440 vezes pelo coração.

Os sintomas

Glânglios inchados e doloridos atrás das orelhas são sinal de infecção no ouvido. Abaixo da orelha e no maxilar podem indicar amigdalite e na parte de trás do pescoço talvez sejam indício de rubéola.

Troncos linfáticos

Os troncos linfáticos, ou coletores terminais são vasos de maior calibre que recebem o fluxo linfático, e compreendem os vasos linfáticos lombares, intestinais, mediastinais, subclávios, jugulares e descendentes intercostais. A união dos troncos intestinais, lombares e intercostais forma o ducto torácico. Os troncos jugulares, subclávios e broncos mediastinal direito formam o ducto linfático direito (Garrido, 2000).

Linfonodos

O linfonodo consiste em um aglomerado de tecido retículo-endotelial revestido por uma cápsula de tecido conjuntivo. Desempenha importante papel imunológico, através da filtração da linfa proveniente dos vasos linfáticos e da produção de células linfóides e reticulares, que realizam a defesa do organismo através da fagocitose e da pinocitose. Variam em tamanho, forma e cor. Cada linfonodo apresenta um hilo que corresponde ao local de emergência, não apenas do vaso linfático, como da veia linfonodal, que acompanha a artéria e se destina ao suprimento sanguíneo para o linfonodo. A conexão entre o sistema linfático e o venoso é possível através da veia de drenagem do linfonodo. O número de linfonodos varia entre as regiões e os indivíduos, e seu volume também é variável, ocorrendo um importante aumento com a idade, em decorrência dos processos patológicos ou agressões que a área de drenagem tenha sofrido.
Os linfonodos recebem de três a oito vasos linfáticos aferentes, saindo apenas um vaso linfático eferente. O número de vasos linfáticos, após a conexão com os linfonodos, diminui sensivelmente, porém seu calibre pouco se modifica, devido às conexões linfovenosas existentes, por onde ocorre a passagem gradual do fluxo linfático para o venoso.
Os vasos linfáticos vão em direção à raiz dos membros, formando o grupo de linfonodos axilares e inguinais. Nas regiões do cotovelo e joelho, algumas vezes, existem pequenos linfonodos (de 1 a 3). Nos linfocentros, estão os linfonodos de maior importância, sendo que na região cervical eles se dispõem em cadeias.

Fisiologia do sistema linfático

As circulações linfáticas e sanguíneas estão intimamente relacionadas. A macro e a microcirculação de retorno dos órgãos e/ou regiões é feita pelos sistemas venoso e linfático. As moléculas pequenas vão, em sua maioria, diretamente para o sangue, sendo conduzidas pelos capilares sanguíneos, e as grandes partículas alcançam a circulação através do sistema linfático. Entretanto, mesmo macromoléculas passam para o sangue via capilares venosos, sendo que o maior volume do fluxo venoso faz com que, no total, o sistema venoso capte muito mais proteínas que o sistema linfático. Contudo, a pequena drenagem linfática é vital para o organismo ao baixar a concentração protéica média dos tecidos e propiciar a pressão tecidual negativa fisiológica que previne a formação do edema e recupera a proteína extravasada (Duque, 2000).
A captação das macromoléculas protéicas dos interstícios pode também ser feita por estruturas interligadas ao sistema linfático canalicular e aos pré-linfaticos, chamadas de sistema para-linfatico, uma vez que fazem o transporte paralelo e de suplência, ao sistema linfático (Duque, 2000).
A formação e o transporte da linfa podem ser explicados através da hipótese de Starling sobre o equilíbrio existente entre os fenômenos de filtração e de reabsorção que ocorrem nas terminações capilares. A água, rica em elementos nutritivos, sais minerais e vitaminas, ao deixar a luz do capilar arterial, desembocam no interstício, onde as células retiram os elementos necessários ao seu metabolismo e eliminam os produtos de degradação celular. Em seguida, o liquido intersticial, através das pressões exercidas, retoma a rede de capilares venosos (Leduc, 2000).
Várias pressões são responsáveis pelas trocas através do capilar sanguíneo (Vogelfand, 1996).
Pressão hidrostática (PH): a pressão hidrostática sanguínea (PHs) impulsiona o fluido através da membrana capilar, em direção ao interstício, sendo sua pressão aproximadamente de 30 mmHg no capilar arterial e de 15 mmHg no capilar venoso. A pressão hidrostática intersticial (PHi) é a que tende a movimentar o fluido de volta para os capilares. É considerada igual a zero, uma vez que nas condições de normalidade do interstício ela se equilibra em ambos os extremos capilares.
Pressão osmótica: é originada pela presença de moléculas protéicas no sangue e no fluido intersticial. A pressão osmótica sanguínea (POs) tende a movimentar o fluido do interstício em direção ao capilar, sendo de aproximadamente 28 mm Hg em ambos os extremos capilares. A pressão osmótica intersticial (POi) é a força oposta, que tende a “sugar” fluido dos capilares, sendo de aproximadamente 6 mm Hg nos extremos dos capilares.
Pressão de filtração (PF): surge da relação entre as pressões hidrostáticas e osmóticas, sendo no extremo arterial igual à pressão positiva de 8 mm Hg ( PF = (PHs + POi ) – (PHi + POs) ), produzindo assim a ultrafiltração. No extremo venoso, corresponde a pressão negativa de 7 mm Hg, produzindo a reabsorção. Assim sendo, 90% do fluido filtrado é reabsorvido, o restante (2 a 4 litros/dia) são absorvidos pelo sistema linfático.
Pressão tissular: a pressão hidrostática tissular é a pressão exercida sobre o fluido livre nos canais tissulares. É negativa na maioria dos tecidos. A pressão tissular total é o resultado da soma vetorial da pressão hidrostática tissular e da pressão do tecido sólido. Pode ser negativa, quando o interstício abre as junções endoteliais através dos filamentos de ancoragem, ou positivas, quando os músculos se contraem, comprimindo os linfáticos iniciais.
O mecanismo de formação da linfa envolve, então, três processos muito dinâmicos e simultâneos:
Ultrafiltração: é o movimento de saída de H2O, O2 e nutrientes do interior do capilar arterial para o interstício, ocorrendo pela PH positiva no capilar arterial e a PH negativa ao nível do interstício.

Absorção venosa

É o movimento de entrada de H2O, CO2, pequenas moléculas e catabólitos do interstício para o interior do capilar venoso, ocorrendo por difusão, quando a pressão intersticial é maior do que a existente no capilar venoso

Absorção linfática

É o início da circulação linfática, determinada pela entrada do líquido intersticial, com proteínas de alto peso molecular e pequenas células, no interior do capilar linfático inicial, que ocorre quando a pressão é positiva e os filamentos de proteção abrem as micro-válvulas endoteliais da parede do capilar linfático . Este começa a ser preenchido pelo líquido intersticial e, quando o preenchimento chega ao máximo, as microválvulas se fecham, iniciando a propulsão da linfa através dos pré-coletores e coletores (Camargo, 2000).
Diversas forças conduzem à movimentação da linfa.
Primeiramente, ocorre saída de água e de proteínas dos capilares sanguíneos. O aumento da permeabilidade do capilar sanguíneo, aumentando o volume e a pressão intersticial, provoca a formação de mais linfa. Conseqüentemente, a permeabilidade capilar venosa aumenta, juntamente com o extravasamento de líquido e de proteínas, levando também, ao aumento da entrada de linfa dentro do capilar linfático. O aumento da temperatura, assim como a hipotermia, agem no mesmo sentido, aumentando o volume de líquidos intersticiais e o fluxo da linfa.
No interstício, as grandes moléculas protéicas fracionam-se, adquirindo maior poder osmótico, atraindo mais líquido para o interstício e potencializando os mecanismos formadores da linfa.
A compressão do vaso linfático orienta e permite o fluxo da linfa. Agem neste sistema as compressões externas sobre o tegumento cutâneo, assim como a movimentação do membro, que desencadeia inúmeras formas de compressão sobre os capilares e troncos linfáticos. A compressão muscular e a compressão subcutânea gerada pela movimentação do corpo são, de certa forma, semelhantes ao “coração periférico” das panturrilhas no mecanismo de refluxo venoso dos membros inferiores, entretanto, em nível linfático, é mais difuso e é despertado com qualquer movimento de qualquer parte do corpo.
A movimentação da linfa é facilitada pelas forças aspirativas torácicas, agindo sobre os canais torácicos direito e esquerdos e sobre os troncos linfáticos do tórax.
Os batimentos arteriais também podem contribuir para conduzir e impulsionar a linfa ao longo dos troncos linfáticos. Os batimentos das artérias fariam a compressão do tronco linfático, gerando a movimentação da linfa com o auxílio das válvulas linfáticas.
Outra força adicional de movimentação da linfa advém dos shunts linfático-venosos que ocorrem ao nível dos linfonodos.
O sistema muscular é o grande impulsionador da linfa nos membros, pois no momento da contração muscular, os troncos linfáticos são comprimidos pelos músculos que os cercam e, graças ao sistema valvular, a movimentação da linfa é enormemente aumentada.
Em resumo, a formação e a condução da linfa são condicionadas por diversos sistemas. Um, em nível molecular, é o sistema angiolacunar de líquidos e eletrólitos. Dentro deste sistema de difusão, e por ele potencializado, insere-se o sistema de ultrafiltração capilar sanguíneo, ainda no nível microscópio, somam-se às trocas líquidas, pressóricas e protéicas do plasma dos interstícios e dos capilares linfáticos. Nos membros, instalam-se forças ainda mais grosseiras, e localmente mais intensas, que surgem em determinadas situações, tais como qualquer movimentação e compressão tecidual (Duque, 2000).

Câncer e sistema linfático

O sistema linfático, além de atuar como mecanismo regulador primário para absorção de liquido protéico intersticial, é o principal sistema de defesa do organismo, sendo o responsável pela filtração de bactérias, eritrócitos, êmbolos tumorais e partículas inanimadas. Células malignas ou organismos infectantes são removidos em virtude da impossibilidade mecânica das células tumorais atravessarem os linfonodos intactos ou, então, elas são fagocitadas, dentro dos linfonodos, pelas células reticulo-endoteliais (Alcadipani, 1996).
As células malignas, após a invasão local do estroma circunjacente, penetram nos vasos linfáticos e vasculares, podendo crescer nos locais invadidos e desprender-se na forma de células isoladas ou agregados celulares. O sistema linfático transporta então estas células, chegando aos gânglios linfáticos, onde proliferam, passam para os gânglios vizinhos e ingressam na circulação sanguínea. Durante a invasão das células tumorais, o processo de infiltração e expansão das células dos tecidos pode trazer, como conseqüência, a penetração dos vasos linfáticos de pequeno calibre, provocando metástases nos gânglios regionais ou em outros órgãos (Nicolson, 1993).

Linfoma

Linfomas são cânceres que se iniciam a partir da transformação de um linfócito no sistema linfático. O prefixo “linfo” indica sua origem a partir da transformação de um linfócito, e o sufixo “oma” é derivado da palavra grega que significa “tumor”. Os linfomas o são resultado de um dano ao DNA de uma célula precursora de um linfócito, isto é, uma célula que irá se transformar em linfócito. Esse dano ao DNA ocorre após o nascimento e representa, portanto, uma doença adquirida e não hereditária. Essa alteração ou mutação do DNA do linfócito gera uma transformação maligna: resulta no crescimento descontrolado e excessivo dos linfócitos, que se multiplicam sem controle. O acúmulo dessas células resulta em massas tumorais inicialmente nos linfonodos (gânglios linfáticos), mas com a evolução da doença pode acometer outras regiões do corpo.
Os linfomas geralmente têm início nos linfonodos (gânglios linfáticos). Por essa razão o linfoma pode se desenvolver em qualquer dos linfonodos contidos e distribuídos nas diversas regiões do corpo: periféricos ou profundos (no tórax e abdome). Em alguns casos, os linfomas podem envolver a medula óssea, bem como outros órgãos tais como sistema nervoso central, testículos, pele, entre outros.

Causas e fatores de risco

A incidência anual de linfomas praticamente dobrou nos últimos 35 anos. Não se sabe ao certo quais são as razões para esse aumento. Verifica-se um aumento aparente de incidência do linfoma em comunidades predominantemente agrícolas. Estudos associam componentes específicos de herbicidas e pesticidas à ocorrência do linfoma, porém, em termos quantitativos, a contribuição de tais agentes para o aumento da freqüência do mesmo ainda não foi definida.
Indivíduos infectados pelos vírus HTLV ou pelo vírus HIV apresentam maior risco de desenvolver linfoma. Há casos ocasionais de manifestações concentradas em uma família, similarmente ao que se verifica em outros tipos de câncer. Verifica-se um aumento na incidência de linfoma em irmãos de pacientes que apresentam a doença. Entretanto, a imensa maioria dos casos da doença ocorre em indivíduos sem fatores de risco identificáveis e a maioria das pessoas com supostos fatores de risco nunca contraem a doença.
A incidência do linfoma de Hodgkin atinge um pico de 5 a 6 casos/100.000 indivíduos em torno de 20 anos de idade. Essa taxa cai para menos da metade na meia idade e volta a aumentar em freqüência em indivíduos mais idosos. Esse padrão difere entre grupos étnicos. O linfoma de Hodgkin ocorre mais freqüentemente em indivíduos mais jovens (de 10 a 40 anos) de descendência européia, do que naqueles de descendência africana, asiática ou hispânica.
A incidência do linfoma não-Hodgkin aumenta progressivamente com a idade. Em torno de 4 casos/100.000 indivíduos ocorrem aos 20 anos de idade. A taxa de incidência aumenta 10 vezes, passando para 40 casos/100.000 indivíduos com 60 anos e mais de 20 vezes, chegando a 80 casos/100.000 indivíduos após os 75 anos de idade.

Drenagem linfática do membro superior

Os vasos linfáticos do membro superior dispõem-se em coletores linfáticos profundos e superficiais.
Os coletores linfáticos profundos, menos numerosos, acompanham os feixes vasculo nervosos em toda a extensão do membro superior, em direção à região axilar, sendo que na altura do cotovelo, podem existir um ou dois linfonodos supratrocleares, que recebem linfáticos aferentes oriundos da região anterior do antebraço e cotovelo. Entretanto, a drenagem preferencial se dá para a axila, para onde convergem também os vasos linfáticos superficiais.
Os vasos linfáticos profundos possuem dois coletores radiais profundos, no nível da palma da mão, acompanhando a artéria radial e se anastomosam na altura da prega do cotovelo. Também existem dois coletores ulnares profundos que sobem ao longo dos vasos ulnares até a prega do cotovelo.
Os coletores interósseos anteriores e posteriores se unem aos outros coletores no nível do cotovelo. A partir desses coletores, nascem dois ou três coletores umerais, sendo que no terço médio do braço, um ou dois ramos dos gânglios epitrocleares podem se reunir a esses coletores umerais, assim como alguns ramos musculares.
Os ramos epitrocleares constituem uma via de suprimento no caso de interrupção da rede linfática, podendo aumentar em quantidade, pois existem algumas vias não funcionais que, conforme a necessidade, passam a atuar como vias de suprimento. Outra hipótese seria a inversão do fluxo linfático, passando da rede profunda à rede superficial para ajudar o esvaziamento da rede profunda (Leduc, 2000).
Os coletores linfáticos superficiais espalham-se por todo o tecido supra-aponeurótico, acompanhando a veia superficial radial, mediana e ulnar, em direção ao oco axilar. Estão distribuídos harmoniosamente por todo a superfície do membro, sendo, contudo, mais densos nos dedos e na face palmar da mão, explicando a maior freqüência de edemas na face dorsal da mão em relação à face palmar.
Os coletores interósseos anteriores e posteriores percorrem o antebraço e, em seguida, o braço, coletando a linfa trazida pelos capilares. A drenagem é feita principalmente pela face antero-interna do antebraço e braço, passando pelos gânglios supratrocleares, atingindo finalmente a região axilar (Leduc, 2000).
Na região axilar, os linfonodos dispõem-se em grupos, dos quais três são distais em relação a dois outros.

Grupos distais

Faz parte o grupo lateral, localizado atrás da veia axilar, recebendo os vasos linfáticos do membro superior; o grupo peitoral, na borda inferior do músculo pequeno peitoral, acompanhando as veias torácicas laterais e drenando a maior parte da mama; e o grupo posterior ou subescapular, acompanhando a veia subescapular e recebendo os linfáticos procedentes do ombro e da região escapular.

Grupo interpeitoral (Rotter)

Situados em torno da artéria acromio torácica e dos seus ramos peitorais em frente a fascia clavipeitoral, recebendo a linfa das partes centrais dos quadrantes superiores da mama e drenando para o grupo apical.

Grupo central

Dos linfonodos situados no grupo distal, partem vasos que convergem para o grupo central, constituindo o maior grupo, e estando situado próximo da base da axila.

Grupo apical

Localiza-se no ápice da região axilar, recebendo os vasos oriundos do grupo central, ou vasos linfáticos laterais, onde os vasos eferentes se unem para a formação do tronco subclávio (Garrido, 2000).
Os grupos axilares também podem ser divididos sob o ponto de vista topográfico cirúrgico, em três níveis:

Primeiro nível axilar

Localizados a partir da margem medial do músculo subescapular, tendo como limite à margem lateral do músculo pequeno peitoral.

Segundo nível axilar

Localizados na região abaixo do músculo pequeno peitoral.

Terceiro nível axilar

Localizados a partir da margem medial do músculo peitoral menor, tendo como limite o músculo subclávio, considerando o ápice da axila em termos de dissecção cirúrgica (Leme, 1994).

Drenagem linfática da mama

Os vasos linfáticos da mama são bastante numerosos, tanto superficialmente, como no parênquima glandular. Os linfáticos superficiais formam parte de um plexo que drena a linfa de toda a área superior da região ântero-lateral da parede torácica. Os linfáticos do parênquima glandular originam-se numa rede perilobular seguindo os canais galactóforos em direção às vias axilar, mamária interna e infraclavicular transpeitoral, indo esta última em direção à cadeia supraclavicular (Garrido, 2000).
Os linfáticos da mama chegam a axila através de dois troncos coletores oriundos do plexo subareolar: o lateral, que recebe colaterais da metade superior da mama e segue acompanhando a borda do músculo pequeno peitoral; e o medial, formado por vasos procedentes da parte mediana e inferior do plexo subareolar, descendo através de uma curvatura na concavidade superior, contornando a aréola. Esses dois coletores vão em direção aos linfonodos axilares da mama, onde terminam no grupo axilar ou central. (Garrido, 2000).
Embora as vias laterais e mediais sejam responsáveis pela maior parte da drenagem linfática da mama, há duas outras vias que vão diretamente aos linfonodos do ápice da axila (subclávios), que são: via transpeitoral, que recebe linfáticos do plexo retromamário; e a via retropeitoral, nem sempre existente, compreendendo dois a três coletores de drenagem do quadrante súpero-medial da mama onde, ocasionalmente, observam-se linfonodos. (Garrido, 2000).
Uma outra via de drenagem pode ser feita para a região axilar contralateral, através da cadeia mamária interna, que drenaria a região medial da mama, consistindo um sítio secundário de drenagem linfática da mama (Leme, 1994).
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Anticorpo

Uma proteína, produzida pelos linfócitos B, que reage com um antígeno específico; também denominado imunoglobulina.

Macrófago

Grande célula que engloba (ingere) micróbios depois deles terem sido marcados para serem destruídos pelo sistema imune.

Antígeno

  • Qualquer molécula capaz de estimular uma resposta imune.
  • Interleucina: Um tipo de citocina que influencia uma série de células.

Célula

A menor unidade viva dos tecidos, composta por um núcleo e um citoplasma envolta por uma membrana. O núcleo contém DNA e o citoplasma contém estruturas (organelas) que realizam as funções celulares.

Histocompatibilidade

Literalmente significa tecido compatível. Utilizada para determinar se um tecido ou órgão transplantado (por exemplo, transplante de medula óssea ou de rim) será aceito pelo receptor. A histocompatibilidade é determinada pelas moléculas do complexo de histocompatibilidade principal.

Quimiotaxia

Um processo de atração e recrutamento das células no qual uma célula desloca-se em direção a uma concentração mais elevada de determinada substância química.

Linfócito

A principal célula do sistema linfático, subcategorizada como linfócitos B (que produzem anticorpos) e linfócitos T (que ajudam o corpo a diferenciar entre o que lhe é próprio do que não o é).

Complemento

Grupo de proteínas que ajuda a atacar antígenos.

Imunoglobulina

Sinônimo de anticorpo.

Citocinas

Proteínas solúveis, secretadas por células do sistema imune, que funcionam como mensageiros para ajudar na regulação de uma resposta imune.

Complexo de histocompatibilidade principal (MHC, major histocompatibility complex)

Grupo de moléculas importante por auxiliar o organismo a diferenciar o que lhe é próprio do que não o é.

Endocitose

Processo através do qual uma célula fagocita (ingere) certos antígenos.

Leucócito

Um glóbulo branco. Os linfócitos e os neutrófilos, entre outros, não leucócitos.

Molécula

Um grupo (agregação) de átomos quimicamente combinados para formar uma substância química única.
Célula assassina natural: Um tipo de linfócito que pode matar determinados micróbios e células cancerosas.
Antígenos leucocitários humanos (HLA, human leucocyte antigens): Sinônimo do complexo de histocompatibilidade principal.

Neutrófilo

Um grande leucócito que fagocita (ingere) antígenos e outras substâncias.

Resposta imune

A resposta a um antígeno pelos componentes do sistema imune, sejam células ou anticorpos.

Peptídeo

Dois ou mais aminoácidos quimicamente ligados para formar uma única molécula.

Receptor

Molécula localizada sobre a superfície celular ou no citoplasma que se encaixa numa outra molécula, como um sistema de chave e fechadura. Proteína: Um grande número de aminoácidos quimicamente ligados numa cadeia. As proteínas são peptídeos grandes.


O Baço
O baço é um órgão do corpo humano, de forma oval, pesando cerca de 150 g, situado na cavidade abdominal, logo abaixo da hemicúpula diafragmática esquerda, ao nível da nona costela. Possui uma face diafragmática (que se relaciona com o diafragma) e uma face visceral (que se relaciona com o estômago, o cólon transverso e o rim esquerdo).
É o maior dos órgãos linfáticos e faz parte do Sistema Retículo-Endotelial, participando dos processos de hematopoiese (produção de células sangüíneas, principalmente em crianças) e hemocaterese (destruição de células velhas, como hemácias senescentes – com mais de 120 dias). Tem importante função imunológica de produção de anticorpos e linfócitos, protegendo contra infecções, e a esplenectomia (cirurgia de retirada do baço) determina capacidade reduzida na defesa contra alguns tipos de infecção. É um órgão extremamente frágil, sendo muito suscetível à ruptura, em casos de trauma ou ao crescimento (esplenomegalia) em doenças do depósito e na hipertensão portal.
O órgão se caracteriza por duas funções, a linfóide e a vascular, formando a polpa branca ou polpa lienal que é composta por folículos linfáticos, circundados pela polpa vermelha.

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Funções do Baço

O baço produz, controla, armazena e destrói células sangüíneas. Trata-se de um órgão esponjoso, macio e de cor púrpura, quase do tamanho de um punho e localizado na região superior esquerda da cavidade abdominal, logo abaixo das costelas. O baço funciona como dois órgãos. A polpa branca faz parte do sistema de defesa (sistema imune) e a polpa vermelha remove os materiais inúteis do sangue (p.ex., hemácias defeituosas). Certos leucócitos (linfócitos) produzem anticorpos protetores e têm um papel importante no combate às infecções. Os linfócitos são produzidos e amadurecem na polpa branca. A polpa vermelha contém outros leucócitos (fagócitos) que ingerem o material indesejado (p.ex., bactérias ou células defeituosas) do sangue circulante.
A polpa vermelha controla os eritrócitos, determina quais são anormais ou velhos demais ou lesados e não funcionam adequadamente, e os destrói. Conseqüentemente, a polpa vermelha é algumas vezes denominada cemitério de eritrócitos. A polpa vermelha também serve como depósito de elementos do sangue, especialmente de leucócitos e plaquetas (partículas semelhantes a células e que estão envolvidas no processo de coagulação). Em muitos animais, a polpa vermelha libera esses elementos do sangue na circulação sangüínea quando o organismo necessita deles, mas, nos seres humanos, essa liberação não representa uma função importante do baço. Quando é realizada uma esplenectomia (remoção cirúrgica do baço), o corpo perde parte da sua capacidade de produzir anticorpos protetores e de remover bactérias indesejáveis do sangue. Conseqüentemente, a capacidade do corpo de combater as infecções é reduzida. Após um breve período, outros órgãos (principalmente o fígado) aumentam sua capacidade de combate às infecções para compensar essa perda e, por essa razão, o risco de infecção não dura toda a vida.

Características

O baço é um órgão linfóide situado no hipocôndrio esquerdo, abaixo do diafragma, atrás do estômago. Pesa em média 200 g, e tem cor vermelho-escuro. Tem forma ovóide alongada e cabe na palma da mão, tem 12 cm de comprimento e 8 cm de largura.
Devido ao seu tecido linfóide, ou polpa branca, e ao seu tecido vascular, ou polpa vermelha, ele tem função hematopoética até o último mês da vida fetal e função hemolítico-fisiológica, que se torna às vezes patológica.
O baço influi na composição do sangue que irriga nosso corpo e ele controla a quantidade desse líquido vital em nossas veias e artérias. A atividade do baço está relacionada com o aparelho circulatório. Acha-se envolvido por uma cápsula fibrosa, que o divide em lóbulos, por meio de tabiques – os septos conectivos -, que formam uma estrutura de sustentação, e nos quais existem fibras musculares lisas, responsáveis pela contração e pela distensão do órgão.
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Funcionamento

Quando o baço aumenta, está acumulando sangue como um “banco”. Esse sangue traz glóbulos vermelhos jovens e velhos, ou seja, uns podem fixar o oxigênio de que precisamos e outros não podem mais. Então, o baço faz sua seleção e retém alguns dos glóbulos vermelhos velhos, destruindo-os. A hemoglobina desse é, posteriormente, transformada em bilirrubina, pigmento da bile, restando o ferro. O ferro é outra vez utilizado pela medula óssea na formação de nova hemoglobina, preparando-se, por esse processo, o caminho para a produção de novos glóbulos vermelhos. Estes só são produzidos no baço durante a fase embrionária, sendo depois formados na medula óssea.
A função de reter os glóbulos vermelhos é realizada por macrófagos existentes no baço, que englobam e destroem as hemácias velhas e parasitas (processo chamado de fagocitose), evitando assim, um grande número de doenças.
O baço também produz glóbulos brancos e regula o volume de sangue em circulação nas artérias e veias. No caso de sofrer um corte ou hemorragia, o baço bombeia imediatamente mais líquido para o aparelho circulatório, restabelecendo aos poucos, o equilíbrio.

Distúrbios e doenças mais comuns do baço

a) Anemia hemolítica congênita (icterícia hemolítica): doença caracterizada por um baço aumentado, anemia e icterícia discreta. Acredita-se que resulte de um defeito na estrutura dos glóbulos vermelhos do sangue que os torna particularmente frágeis. A anemia hemolítica é familial e aparece durante a infância;
b) púrpura trombocitopênica: doença comum, ocorre em adultos jovens. É diagnosticada pelo aparecimento de áreas hemorrágicas semelhantes a equimoses, na pele, além de sangramento do nariz, da gengiva ou da vagina. Esse tipo de púrpura é causado por uma deficiência a nas plaquetas sangüíneas e pelo aumento do tempo de coagulação do sangue (as plaquetas são necessárias para a coagulação normal):
c) hiperesplenismo: denominação comum a diversos distúrbios caracterizados por hiperatividade do baço, que se evidencia pela excessiva destruição de elementos do sangue. Incluem-se nessa classificação 6 a 8 patologias diferentes;
d) tumores do baço: benignos, malignos ou cistos; podem ocorrer, mas são muito raros:
e) anemia falciforme: doença hereditária que atinge jovens negros. O diagnóstico é feito pela forma de foice assumida pelos glóbulos vermelhos em determinadas circunstâncias;
f) doença de Gaucher: doença crônica, familial, acompanhada enorme aumento do baço, ocorre mais freqüentemente em mulheres jovens;
g) a anemia de Cooley ou anemia mediterrânea: manifesta-se na infância e caracteriza-se pelo baço aumentado e intumescido e por glóbulos vermelhos deformados. As radiografias revelam também anomalias ósseas;
h) ruptura de baço: acidente comum, causado por um golpe forte repentino na região do baço. É acompanhada de choque, sinais de hemorragia e dor na parte esquerda superior do abdome.

Outras circunstâncias que o baço se apresenta aumentado

  • leucemia;
  • doença de Hodgkin;
  • malária;
  • cirrose hepática;
  • trombose da veia esplênica;
  • esquistossomose.

Aumento no Tamanho do Baço

O baço produz, controla, armazena e destrói células sangüíneas. Trata-se de um órgão quase do tamanho de um punho e localizado na região superior esquerda do abdome, logo abaixo das costelas. O baço funciona como dois órgãos fazendo parte do sistema de defesa (sistema imune) e removendo os materiais inúteis do sangue (p.ex., eritrócitos defeituosos). Certos leucócitos (linfócitos) produzem anticorpos protetores e têm um papel importante no combate às infecções. Os linfócitos são produzidos e amadurecem no baço.
O baço controla os eritrócitos, determina quais são anormais ou velhos demais ou lesados e não funcionam adequadamente, e os destrói. O baço também serve como depósito de elementos do sangue, especialmente de leucócitos e plaquetas (partículas semelhantes a células e que estão envolvidas no processo de coagulação). Quando é realizada uma remoção cirúrgica do baço, o corpo perde parte da sua capacidade de produzir anticorpos protetores e de remover bactérias indesejáveis do sangue. Conseqüentemente, a capacidade do corpo de combater as infecções é reduzida. Após um breve período, outros órgãos (principalmente o fígado) aumentam sua capacidade de combate às infecções para compensar essa perda e, por essa razão, o risco de infecção não dura toda a vida.
Quando o baço aumenta de tamanho (esplenomegalia), a sua capacidade de reter e armazenar células sangüíneas aumenta. A esplenomegalia pode reduzir o número de eritrócitos, de leucócitos e de plaquetas circulantes. Muitas doenças podem causar esplenomegalia. Para definir a sua causa, o médico deve pesquisar a possibilidade de distúrbios que vão desde cânceres do sangue até infecções crônicas. Quando o baço aumentado de tamanho retém um grande número de células sangüíneas anormais, estas produzem obstruções no seu interior e interferem no seu funcionamento. Este processo pode dar início a um ciclo vicioso: quanto mais células o baço retém, maior ele fica; quanto maior ele fica, mais células ele retém. Quando o baço remove da circulação uma quantidade excessiva de células sangüíneas (hiperesplenismo), podem ocorrer vários problemas como, por exemplo, anemia (uma quantidade excessivamente pequena de eritrócitos), infecções freqüentes (decorrentes do número excessivamente pequeno de leucócitos) e distúrbios hemorrágicos (devidos a uma quantidade muito pequena de plaquetas). Com o passar do tempo, o baço muito aumentado de tamanho também retém células sangüíneas normais e as destrói juntamente com as células anormais. Um baço aumentado não causa muitos sintomas e nenhum deles revela a causa específica do seu aumento.
Geralmente, o médico consegue palpar um baço aumentado de tamanho durante o exame físico. A radiografia do abdômen também pode revelar um baço aumentado de tamanho. Algumas vezes, é necessária a realização de uma tomografia computadorizada (TC) para se determinar o grau de crescimento do baço e se ele está comprimindo outros órgãos. A ressonância magnética (RM) fornece informações similares e também determina o fluxo sangüíneo através do baço. Outros aparelhos de escaneamento especializado usam partículas levemente radioativas para avaliar o tamanho e a função do baço e para determinar se esse órgão está acumulando ou destruindo grandes quantidades de células do sangue. Os exames de sangue revelam uma queda do número de eritrócitos, de leucócitos e de plaquetas.
Ao exame microscópico, a forma e o tamanho das células sangüíneas podem fornecer indícios sobre a causa do aumento de tamanho do baço. Um exame da medula óssea pode detectar a presença de um câncer de células sangüíneas (p.ex., leucemia ou linfoma) ou um acúmulo de substâncias indesejadas (como nas doenças de depósito). Esses distúrbios podem acarretar aumento de tamanho do baço. A determinação da concentração das proteínas sericas pode ajudar a descartar distúrbios como o mieloma múltiplo, a amiloidose, a malária, o calazar, a brucelose, a tuberculose e a sarcoidose. As concentrações de ácido úrico (um produto metabólico encontrado no sangue e na urina) e de fosfatasse alcalina dos leucócitos (uma enzima encontrada em algumas células sangüíneas) são mensuradas para se determinar a existência de uma lesão hepática concomitante com a do baço.
Quando possível, o médico trata a doença subjacente causadora da esplenomegalia. A esplenectomia (remoção cirúrgica do baço) raramente é necessária e pode causar problemas, incluindo a suscetibilidade a infecções graves. No entanto, vale a pena correr esses riscos em determinadas situações críticas: quando o baço destrói os eritrócitos tão rapidamente que ocorre o desenvolvimento de uma anemia intensa; quando ele exaure de tal maneira a reserva de leucócitos e de plaquetas ao ponto de tornar possível a ocorrência de infecções e hemorragias; quando ele torna-se tão volumoso a ponto de causar dor ou comprimir outros órgãos; ou quando ele torna-se tão grande que partes do mesmo sangram ou morrem. Como uma alternativa à cirurgia, a radioterapia algumas vezes pode ser utilizada para reduzir o tamanho do baço.

Causas de Aumento do Baço

Infecções
Hepatite
Mononucleose infecciosa
Psitacose
Endocardite bacteriana subaguda
Brucelose
Calazar
Malária
Sífilis
Tuberculose
       
                     
 Sintomas
Um baço aumentado não causa muitos sintomas e nenhum deles revela a causa específica do seu aumento. Como o baço aumentado de tamanho está localizado próximo ao estômago e pode comprimi-lo, o indivíduo pode ter uma sensação de plenitude após consumir um pequeno lanche ou mesmo sem alimentar-se. Ele também pode sentir dor abdominal ou nas costas (no nível do baço). A dor pode irradiar para o ombro esquerdo, especialmente quando porções mais altas do baço não recebem uma quantidade suficiente de sangue e começam a morrer.

Diagnóstico

Geralmente, o médico consegue palpar um baço aumentado de tamanho durante o exame físico. A radiografia do abdômen também pode revelar um baço aumentado de tamanho. Algumas vezes, é necessária a realização de uma tomografia computadorizada (TC) para se determinar o grau de crescimento do baço e se ele está comprimindo outros órgãos. A ressonância magnética (RM) fornece informações similares e também determina o fluxo sangüíneo através do baço. Outros aparelhos de escaneamento especializado usam partículas levemente radioativas para avaliar o tamanho e a função do baço e para determinar se esse órgão está acumulando ou destruindo grandes quantidades de células do sangue. Os exames de sangue revelam uma queda do número de eritrócitos, de leucócitos e de plaquetas.
Ao exame microscópico, a forma e o tamanho das células sangüíneas podem fornecer indícios sobre a causa do aumento de tamanho do baço. Um exame da medula óssea pode detectar a presença de um câncer de células sangüíneas (p.ex., leucemia ou linfoma) ou um acúmulo de substâncias indesejadas (como nas doenças de depósito). Esses distúrbios podem acarretar aumento de tamanho do baço. A determinação da concentração das proteínas séricas pode ajudar a descartar distúrbios como o mieloma múltiplo, a amiloidose, a malária, o calazar, a brucelose, a tuberculose e a sarcoidose. As concentrações de ácido úrico (um produto metabólico encontrado no sangue e na urina) e de fosfatase alcalina dos leucócitos (uma enzima encontrada em algumas células sangüíneas) são mensuradas para se determinar a existência de uma lesão hepática concomitante com a do baço.

Tratamento

Quando possível, o médico trata a doença subjacente causadora da esplenomegalia. A esplenectomia (remoção cirúrgica do baço) raramente é necessária e pode causar problemas, incluindo a suscetibilidade a infecções graves. No entanto, vale a pena correr esses riscos em determinadas situações críticas: quando o baço destrói os eritrócitos tão rapidamente que ocorre o desenvolvimento de uma anemia intensa; quando ele exaure de tal maneira a reserva de leucócitos e de plaquetas ao ponto de tornar possível a ocorrência de infecções e hemorragias; quando ele torna-se tão volumoso a ponto de causar dor ou comprimir outros órgãos; ou quando ele torna-se tão grande que partes do mesmo sangram ou morrem. Como uma alternativa à cirurgia, a radioterapia algumas vezes pode ser utilizada para reduzir o tamanho do baço.

Ruptura do Baço

Como o baço está localizado na parte superior esquerda do abdômen, um golpe forte sobre o estômago pode rompê-lo, lacerando a cápsula que o recobre e o tecido interno. A ruptura do baço é a complicação grave mais freqüente de lesões abdominais causadas por acidentes automobilísticos, por acidentes esportivos ou por agressões. Quando o baço rompe, um grande volume de sangue pode extravasar para o interior da cavidade abdominal. A resistente cápsula externa do baço pode conter o sangramento temporariamente, mas é necessária a realização imediata de uma cirurgia para evitar uma hemorragia potencialmente letal.

Anemias

  Eliptocitose hereditária
Esferocitose hereditária
Anemia das células falciformes (principalmente em crianças)
Talassemia

Cânceres do sangue e distúrbios proliferativos
Doença de Hodgkin e outros linfomas
Leucemia
Mielofibrose
Policitemia vera

Doenças inflamatórias
 Amiloidose
Síndrome de Felty
Sarcoidose
Lúpus eritematoso sistêmico

Doenças do fígado

Doenças de depósito
Doença de Gaucher
Doença de Hand-Schüller-Christian
Doença de Letterer-Siwe
Doença de Niemann-Pick                                                                                        
 Cirrose hepática

Outras causas

 Cistos no baço
Pressão externa sobre as veias que saem do baço ou das que se dirigem ao fígado
Coágulo sangüíneo numa veia que sai do baço ou que se dirige ao fígado

Sintomas

A ruptura do baço produz dor abdominal. O sangue que se acumula na cavidade abdominal atua como um irritante e causa dor. Os músculos abdominais contraem de forma reflexa e tornam-se tensos. Quando o sangue extravasa gradualmente, os sintomas somente se manifestam quando o suprimento sangüíneo é tão escasso que a pressão arterial cai ou o oxigênio não pode ser transportado ao cérebro e ao coração. Esta situação é uma emergência que exige a administração imediata de transfusões de sangue para se manter uma circulação adequada e a cirurgia para interromper o sangramento. Sem essas ações, o indivíduo pode entrar em choque e morrer.

Diagnóstico e Tratamento

São realizadas radiografias do abdômen para se determinar se os sintomas podem ser causados por uma outra causa que não uma ruptura do baço. Podem ser realizadas cintilografias com material radioativo para se analisar o fluxo sangüíneo e detectar o extravasamento ou a retirada de líquido da cavidade abdominal com o auxílio de uma agulha para se verificar se o mesmo é sanguinolento. Quando o médico suspeita fortemente de uma ruptura do baço, o paciente é rapidamente encaminhado para a cirurgia para interromper a hemorragia potencialmente letal. Comumente, todo o baço é removido, mas, algumas vezes, o cirurgião é capaz de suturar uma pequena ruptura e salvar o órgão. Antes e após a remoção do baço, são necessárias determinadas precauções para se evitar a ocorrência de infecções. Por exemplo, antes de uma esplenectomia, o indivíduo é vacinado contra pneumococos e, após a esplenectomia, é recomendável a vacinação anual contra a gripe. Muitos médicos também prescrevem uma antibioticoterapia profilática.


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