sábado, 19 de março de 2016

ACUPUNTURA NO TRATAMENTO DE ESTRIAS


estrias
RESUMO
Atrofia tegumentar adquirida, as estrias representam um problema significativo para quem as têm e um grande desafio para todos que trabalham na área de estética pois ainda não existe a cura, somente vários tratamentos que atenuam as marcas.
A eletroacupuntura é a técnica mais utilizada no tratamento de estrias e trata-se de um recurso atualmente muito utilizado,embora pouco pesquisado e não existe ainda um protocolo de tratamento adequadamente instituído.
Palavras Chaves: estrias; acupuntura, eletroacupuntura
ESTRIAS
Segundo a Medicina Chinesa, consiste num trauma levando a estagnação local de Qi e Xue. Deste modo, o tratamento está voltado basicamente para a recuperação de fibras danificadas e aumento da produção de colágeno através de estímulos de Eletrotonificação e Eletrosedação (ZHANG,1988).
A estimulação através de agulhas provoca um processo inflamatório agudo seguido de hiperemia, edema, aumentando a permeabilidade dos vasos, a proliferação de capilares, a liberação de substancias colágenas, resultando por fim em uma regeneração tecidual.
Na Medicina Tradicional Chinesa, o mecanismo de ação ocorre devido a estimulação local que libera Qi (energia) e Xue (sangue), elementos essenciais para a recomposição celular local.
ACUPUNTURA
A acupuntura é uma técnica medicinal chinesa de manipulação do chi (chi ou qi) para equilibrar as forças opostas do yin e yang. Supõe-se que o chi, uma suposta “energia” que permearia todas as coisas, fluiria através do corpo através de 14 caminhos principais chamados meridianos. Quando o yin e o yang estão em harmonia, o chi flui livremente pelo corpo, e a pessoa tem saúde. Quando a pessoa se sente mal, está doente ou ferida, acredita-se que haja uma obstrução do chi ao longo de um dos meridianos. A acupuntura consiste em inserir agulhas através de pontos específicos do corpo, supostamente removendo obstruções do chi prejudiciais à saúde, logo restaurando a distribuição do yin e yang. Às vezes as agulhas são giradas, aquecidas, ou mesmo estimuladas com correntes elétricas fracas, ultrassom, ou luz de certos comprimentos de onda (LEE PK e ANDERSON TW 1975).
As agulhas são instrumentos poderosos quando utilizadas de modo adequado, podendo tratar de uma extensa lista de doenças. Além de oferecer benefícios para a saúde, essa técnica milenar chinesa também pode ser usada na estética: atenuar rugas e marcas de expressão, estrias, celulite e outra série de males que afetam principalmente a vaidade das mulheres. A utilização da acupuntura na estética facial é antiga. Imperatrizes das diversas dinastias na Antiga China já usavam as agulhas para atenuar as rugas (ZUCCO, 2004).
Nos dias de hoje, existe uma pressão enorme sobre os indivíduos adultos para manter-se uma aparência jovem, e muitas vezes, as pessoas não aceitam o processo natural do envelhecimento. De fato, a aparência externa é muito importante. A acupuntura altera a circulação do sangue e a energia dos canais dos órgãos e vísceras, levando o corpo a uma harmonia de matéria e de energia. Esses efeitos agem sobre o sistema nervoso autônomo e central, assim como o sangue, difundindo o QI, os hormônios, provocando reações de analgesia, aumento ou diminuição das funções orgânicas (SILVA; ANDRADE; VIEIRA, 2004).
Acredita-se que a acupuntura voltada para a estética aconteceu por acidente, quando se tratavam os pacientes por outras causas. Com isto, iniciaram-se estudos mais detalhados relacionados com a estética. Em um estudo, 300 pessoas foram tratadas com acupuntura facial, e em 90% da amostra, verificaram-se efeitos benéficos, como aumento da elasticidade dos músculos e diminuição das rugas (ZUCCO, 2004).
A Acupuntura Estética é uma técnica para o tratamento da beleza e saúde, que pode ser aplicada tanto na face, amenizando rugas, marcas de expressão, olheiras, bolsa suboculares, manchas, flacidez, acnes e verrugas, como no corpo, atuando na redução do flanco, culotes, abdômen, celulites, estrias, levantando glúteos e seios, flacidez no pescoço e nos braços (NAKANO E YAMAMURA, 2005).
Há relatos de que o uso da Acupuntura na aparência surgiu por volta de 2.400 a.C, pelo Imperador Yao, que, muito vaidoso, aplicava as agulhas nas sobrancelhas para arqueá-las. No entanto, o método chinês ficou mais forte na década de 1980 na China e em toda Europa nos tratamentos de emagrecimento e antienvelhecimento (ZUCCO, 2004).
Para a Acupuntura, uma das grandes vantagens consiste no fato de ser uma terapia relativamente segura. Mesmo se aplicado um tratamento inadequado, na maioria dos casos, o próprio organismo se reequilibra em poucos dias. Isto não quer dizer, entretanto, que não possa originar efeitos maléficos causados pelo tratamento inadequado (MACIOCIA, 1996).
ELETROACUPUNTURA
A utilização de eletricidade para estimulação de acupontos cutâneos (pontos de acupuntura) chama-se eletroacupuntura, onde começou a ser mais empregada a partir da década de 30. Proporciona o aumento da circulação local e a colagênese. Atualmente a sua corrente é a galvânica, sendo que nos aparelhos de eletroacupuntura ela é aplicada de forma interrompida, diminuindo assim os efeitos da eletrólise (NAKANO E YAMAMURA, 2005).
Eletroacupuntura aplicada à estria atrófica, em toda literatura disponível, são ditas como seqüelas irreversíveis.Alguns autores se baseiam no fato de que não há regeneração da fibra elástica, gerando então uma não aceitação de tratamentos para as mesmas (GUIRRO E GUIRRO, 2004).
Estudos mostram a eficácia da aplicação da corrente galvânica subcutaneamente sobre a estria. Após a aplicação do estímulo elétrico, ocorre um aumento no número de fibroblastos jovens, uma neovascularização e todas as funções inerentes da pele são recuperadas, inclusive o retorno da sensibilidade dolorosa no local após algumas sessões. Logo, o aspecto da pele se apresenta muito próxima ao normal, onde também foram observado algum tipo de reorganização das fibras colágenas (GUIRRO et al., 1991).
Segundo White et al. (2007), observou-se uma epiderme mais espessa, maior quantidade de fibroblastos, fibras elásticas e colágenos e maior número de vasos após a aplicação da corrente elétrica.
De acordo com Karime (2006), o processo de regeneração da estria está fundamentado no estímulo físico da agulha, juntamente com a alcalose através do pólo negativo da corrente contínua, que irá desencadear uma resposta inflamatória aguda seguida do processo de reparação tecidual onde a finalidade do procedimento é a reestrutura, de forma satisfatória, da integridade da pele. Mas deve-se lembrar que para iniciar o tratamento, a causa o aparecimento das estrias devem estar abolidos.
A fase inicial do aparecimento de uma estria atrófica, classificada anteriormente de estrias rubras, é o melhor momento para se dar início ao tratamento, principalmente porque ainda existe a presença de células e corrente sanguíneo local onde a regeneração se torna mais fácil (VENTURA, 2003).
O método de aplicação é invasivo, feito estria por estria, sendo que a penetração da agulha é realizada sobre elas, paralelamente e subepidermicamente, sendo uma agulha em cada extremo da estria conectadas com o aparelho de eletroacupuntura. No seu trajeto irá haver a formação de edema e pequeno eritema. Esse método visa o aumento do aporte sanguíneo e líquidos na região em tratamento, o aumento de fibroblastos jovens e o favorecimento da neovascularização, para haver uma restauração local (FORNAZIERI, 2005).
Após a agulha inserida intradermicamente ao longo da estria, é necessário que se manipule essa agulha para obtermos maior resposta inflamatória, mas essa manipulação desencadeia vários estímulos dolorosos. Logo, as vantagens de se usar a eletroacupuntura, comparado com o estímulo manual da agulha, são principalmente a redução desses estímulos dolorosos e o aumento da velocidade de manipulação da agulha (NAKANO E YAMAMURA, 2005).
É indicado que o tratamento seja unilateral, para que se observe e compare a melhora do aspecto da pele (GUIRRO et al., 1991). É necessário manter a resposta inflamatória após o estímulo para que haja um resultado favorável (LIMA E PRESSI, 2005).
A intensidade da corrente elétrica e a capacidade reacional do paciente é quem vão determinar a intensidade e a duração da reação inflamatória (GUIRRO E GUIRRO, 2004).
O estímulo físico da agulha desencadeia um processo de reparação com a finalidade de restaurar a integridade do tecido estriado. Esse estímulo físico associado com a corrente elétrica desencadeia o aumento da atividade metabólica local e uma inflamação aguda localizada, não apresentando qualquer efeito sistêmico (BORGES et al., 2007).
A hiperemia e o edema que surgem no local estimulado ocorrem através das substâncias locais liberadas pela lesão da agulha, responsáveis pela dilatação dos vasos e aumento da sua permeabilidade (GUYTON, 1997). Cada espaço da lesão é preenchida por um exsudato inflamatório composto de leucócitos, eritrócitos, proteínas plasmáticas e fáscias de fibrina. Daí ocorre um processo de epitelização, onde as células epidérmicas adentram no interior das fendas formadas pela agulha e formação de fibrina originada pela hemorragia da microlesão. A reação inflamatória e a epitelização formam os fibroblastos e capilares para a profundidade da lesão (GUIRRO E GUIRRO, 2004).
O uso da corrente galvânica somatiza os efeitos da inflamação. Ela aumenta o edema promovido pela reação inflamatória aguda através da mobilização da água dos tecidos estimulados e da resposta vasomotora (LIMA E PRESSI, 2005).
De acordo com NAKANO E YAMAMURA (2005), o uso da eletroacupuntura melhora a profundidade das estrias logo nas primeiras sessões. Outras respostas ocorrem com a utilização desse método como a melhora do aspecto geral na região tratada, a normalização da coloração das estrias e a melhora da microcirculação regional das estrias (BORGES et al., 2007).
Nenhum agente antiinflamatório deverá interromper o edema e a hiperemia durante o período de absorção do processo inflamatório. É necessário esperar esse período, que dura entre 2 e 7 dias para que ocorra um novo estímulo, evitando assim a formação de um processo inflamatório crônico local (GUIRRO E GUIRRO, 2004).
O uso de corrente elétrica é contra-indicado em alguns pacientes como os cardíacos, portadores de marcapasso, neoplasias, gestantes, epiléticos ou qualquer outra patologia que contra indique a aplicação de eletricidade (LIMA E PRESSI, 2005).
A técnica utilizada também possui suas contra-indicações como é o caso de pacientes portadores de diabetes, hemofilia, vitiligo, síndrome de Cushing, tendência a quelóides e uso de algumas medicações (esteróides e corticosteróides) (VENTURA, 2003).
OUTRAS TÉCNICAS
Técnica de ‘’pica-pau’’ (sangria): indicada para estrias fininhas e irregulares. Esta técnica é realizada da seguinte forma: insere a agulha a 2cm e retirar, realizando um efeito semelhante a um pássaro.
Técnica de ‘’costura’’: consiste em realizar um efeito semelhante ao de costurar, preenchendo os espaços livres das estrias largas, ou seja, o acupunturista deverá inserir uma agulha a 45° no inicio e outra no final da estria e realizar a técnica anterior.
Técnica de transfixação: consiste em transfixar a agulha de acupuntura nas estrias retas.
Em cada técnica o paciente deverá permanecer com as agulhas durante 25 minutos.
CRÉDITOS
Autores: Lucicleide Cordeiro da Costa1 Dayana Priscila Maia Mejia2 (1 Pós-graduando em Acupuntura 2 Mestrando em Bioética e Direito em Saúde, Especialista em Metodologia do Ensino Superior, Graduada em Fisioterapia.)

http://www.acupunturaesteticacuritiba.com.br/2013/05/acupuntura-no-tratamento-de-estrias.html

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