terça-feira, 22 de dezembro de 2015



MASSAGEM MODELADORA



Agora vc tem aqui no Chá o Magic Touch Detox! Um Protocolo Eficiente e rápido para deixar seu corpinho do jeito que vc gosta!
Para perder peso e medidas... 
"Toda ajuda é bem vinda. E aqui entram as esteticistas com suas mãos e fórmulas mágicas que nos ajudam.
Os profissionais da área da saúde se empenham bastante em nos dar uma mãozinha na hora de secar as medidas sem tanto esforço e espera.
Imagine em apenas 90 minutos você mandar embora entre 300 g e 500g, podendo perder até 10 cm de medidas?
Sim, isso mesmo! A massagem Magic Touch Detox é uma dessas delícias que surgem no cenário feminino que mais parecem um milagre.
Como? O procedimento une cinco técnicas em uma só: esfoliação + ultrassom + drenagem + máscara desintoxicante com argila + manta térmica. 
A drenagem manual é parte fundamental para a liberação do sódio do organismo
Segundo Flávia Cuzziol, esteticista responsável pelo protocolo estético em São José do Rio Preto ,que já vem causando furor na ala feminina paulistana, o excelente resultado deve-se ao derretimento das células de gordura por meio do laser e liberação do sódio presente na pele. “Os ativos termogênicos utilizados durante a massagem quando entram contato com o calor estimulam a desintoxicação da pele e ajudam a eliminar a gordura localizada que foi aquecida”, explica a profissional.
O tratamento pode ser feito até  três vezes na semana e é indicado para quem deseja dar um up grade no emagrecimento"
Artigo by Malu Rodrigues

Sal Aromatizado com Alecrim+Eucalipto+Menta em Pinheiros


A partir de estudos sobre Aromaterapia, desenvolvemos sais aromáticos para dar "aquele" descarrego energético no seu banho ou usando em Escalda pés. O sal já é um poderoso mineral, associado a algumas essências, intensiva seus poderes de purificação. 

Pode ser usado para inalação, basta abrir e cheirar. 
Fica ótimo no último enxágue do banho, diluído em um recipiente com água quente. Sempre dos ombros para baixo. O uso mais eficaz, é dissolver uma colher de chá numa bacia de água quente para escalda pés. 
Utilizamos o Manjericão fresco apenas para a coloração do sal.

Alecrim
O alecrim é símbolo de felicidade e amizade. É um elemento estimulante e tônico e, portanto, utilizado para “levantar o astral”, estimular o humor e reduzir a apatia. Também estimula a circulação sangüínea e age auxiliando a circulação difícil. Como agente hipertensor, pode ser indicado para pessoas com pressão sangüínea baixa. Apresenta ainda algumas propriedades rejuvenescedoras da pele, auxiliando na redução das rugas, no controle da acne e na assepsia da pele, sendo adequado para a desinfecção de feridas e para auxiliar sua cicatrização.

INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS
· reumatismo, gota
· lesões da pele, queimaduras, sarna, pediculose
· fraqueza geral, fadiga mental, estafa, anemia
· distúrbios hepato-biliares diversos, colesterol elevado
· distúrbios digestivos
· hipotensão (pressão baixa)


OBSERVAÇÕES

NÃO DEVE SER UTILIZADO POR GESTANTES


Eucalipto
Eucalyptus globulus  (Originário da Austrália)
 
O óleo essencial de eucalipto é obtido através da destilação das folhas da árvore
Os aborígines australianos devem ter sido os primeiros a fazer uso medicinal da planta, e empregam suas folhas para o tratamento de ferimentos graves.Banhos, inalação e massagem são as formas de aplicação mais comuns do óleo de eucalipto.A absorção e a eliminação parciais do óleo de eucalipto se dão ao nível do pulmão, onde agem antisepticamente e estimulando a expectoração.

INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS
· afecções das vias respiratórias, afecções das vias urinárias
· queimaduras, ferimentos, desinfecção ambiental
· febres
· diabetes
· articulações doloridas
· vermes intestinais

OBSERVAÇÕES
NÃO DEVE SER UTILIZADO POR GESTANTES

Hortelã-pimenta / Menta
Comercializada em larga escala na Europa e EUA, o óleo essencial de hortelã-pimenta é muito utilizado em alimentos, cosméticos e indústria farmacêutica. Pesquisas nos EUA e Japão têm mostrado que a hortelã-pimenta melhora a atenção e estimula o cérebro. Aroma refrescante e mentolado com uma nota sutil adocicada.

Indicações:
Terapêutica: circulação deficiente, cansaço, desordens respiratórias, dores musculares e flatulência.
Emocional: Para apatia e concentração, pois funciona como estimulante mental.
Estética: acne, dermatite.






DEPILAÇÃO MASCULINA

Como não estou aqui só para contar histórias de clientes, vou incluir no Blog algumas histórias bizarras de funcionários e minhas também. Assim todos podem ver que bizarrices. Acontecem com todo mundo. 
E sempre servem para algum tipo de ensinamento. Fiquem atentos aos "Birutas"

As birutas verdadeiras, são usadas para saber a direção do vento, e mudam toda hora, como mudam os ventos. Por isso que pessoas insconstantes, são chamadas de Birutas.

Chamo de Birutas pra não dizer loucos pois de louco todos nós temos um pouco, mas funcionário, chefe ou colega louco ninguém merece... e eu já tive todos rsrs mas dessa vez tenho que admitir que o pior é o colega louco, pois o chefe a gente pode se demitir, o funcionário idem, mas sair de um lugar por conta de um colega é a pior sensação, na minha opinião.

Tive uma biruta limitada, talvez limitada pela falta de oportunidde, a Mô era estranha, sózinha, carente mas me adorava e eu também gostava muito dela, sinto que com ela eu cumpri um carma, afinal por mais que ela demostrasse a birutisse eu não tinha coragem de demiti-la.

Ela começou como faxineira, depois passou a office girl, era de extrema confiança e sabia ir nos bancos, conhecia o bairro todo, era rápida e tudo que fazia, fazia bem feito, mas disconfiômetro era uma coisa que ela desconhecia, por conta da carência, queria ficar conversando, perguntava milhões de perguntas e eu tentando trabalhar, ela me sugava o tempo, mas era inteligente, esforçada, fiel como um cão de guarda, eu tinha paciência, não muita mas tinha, eu ouvia um pouco e depois pedia para ela descer, lá embaixo ou ela azucrinava as colegas com tanta falação ou azucrinava as clientes sem pudor nenhum.

E não adiantava pedir pra ela parar ela não obedecia ninguém só eu, eu tinha que parar o que estivesse fazendo para tirar ela de cena. Dava broncas explicava, pedia pra ela melhorar mas ela melhorava por um tempo depois começava de novo, com o passar do tempo e a convivência com as colegas cobras, ela foi piorando e (tadinha, digo tadinha com aperto sincero não com ironia) ela queria ser amiga de todo mundo, dava presentes, comprava lembrancinhas para todas, aquilo me comovia profundamente e apesar da reclamação de todas as funcionárias, da minha irmã que na época era minha sócia, eu sempre dava um jeito de ficar com ela. Eu confiava nela e ela por incrível que parecesse naquele mar de não confiáveis, merecia.

Mas era inconveniente demais! e foi envenenada pelos maus exemplos lá de dentro, começou a perder o respeito, me tratava como se eu fosse da famíla dela, isso na frente de clientes e colegas, retrucava minhas broncas virou um inferno...

Mas ela não era má era biruta, e eu tinha pena dela, outro sentimento que é melhor não ter quando vc tem uma empresa. É difícil mas é assim. Um dia fui dar uma bronca nela por alguma coisa que não me lembro e ela saiu gritando da casa igualzinho a uma manicure, tabém biruta, que ela viu fazendo isso.

Deixei ir, e ela não me causou nenhum mal, por Deus logo depois ela arrumou um outro emprego e voltou a visitar o salão agora como "amiga" . Não sei que fim levou a Mô, mas ela se virava dentro dos seus limites e birutices, ela sobrevivia nesse mundo louco. E apesar de tudo era uma pessoa muito alegre.

Os Birutas não são maus, são apenas birutas, mas podem desestabilizar pequenos negócios. Fique atento.

Se detectar algum deles, trate com cautela, pois são sempre imprevisíveis. E com jeitinho tente se livrar dele.


Putaria na Maca da Depiladora


Não existe, coloquei no título para ter mais acessos kkkkk mas o assunto existe, principalmente quando se trata da depilação masculina. E nesse caso não posso me abster de incluir as macas das pobres massoterapeutas, confundidas com prostitutas disfarçadas.

O que hoje em dia, eu acho ridículo, diante de tanta oferta gratuita na internet e das propagandas explícitas de lugares próprios para a tal "massagem ou depilação com finalização" e tudo mais que seus clientes quiserem.

Então vem a pergunta, o que faz um "ser" pensar que, um serviço como depilação, seja em si, algo com fundamento erótico? O máximo que posso concordar é que tenha "fins" eróticos, óbviamente fora da maca e bem longe da Depiladora.

Em primeiro lugar porque depilar com cera dói, quem gosta de dor é masoquista. Sei que existem, mas são poucos. E eles não dão pinta. Não abordam por telefone, são corajosos. Vão, fazem a depilação e curtem sua dor calados e vão embora felizes.

Eu me refiro aos covardes que fazem papel ridículo, pelo telefone ou e-mail, com suas caras escondidas e suas taras explícitas. Constrangendo profissionais sérias que às vezes até desistem de atender homens, por conta disso.

Como eu já ultrapassei esa barreira, vou dar algumas dicas para as colegas e para esse tipo de cliente. É fácil sair desse constrangimento!

Transfira o constrangimento para o cliente, faça ele sentir vergonha da abordagem. 
As perguntas são sempre as mesmas. Tenha as respostas prontas.

Vcs fazem depilação masculina? Sim fazemos
Quem depila é homem ou mulher? É mulher ( ou homem se for o caso)
E depilação íntima vcs também fazem? Sim fazemos
Como é? Utilizamos a cera quente.
Sim, mas como é feita? Essas informações nós não damos por telefone, se tiver interesse, marque um horário para avaliação.
Vcs passam a maquininha de cortar? Não, o método é cera quente, vc mesmo pode passar a máquina no 2 ou 1 antes de vir. 
Se ele insistir na depilação de máquina, dizendo que não alcança é mentira, vários homens fazem sózinhos de boa. Responda que não faz, por questão de higiene. Pelos arrancados, ficam na cera. Pelos cortados, voam pela sala. Impossível manter o ambiente limpo.
Se quem ligar, chegar ao máximo, que é perguntar se é depilação com finalização. 
Primeiro finja que não entendeu. Faça repetir. Se ele continuar diga que infelizmente, pra ele, vc é uma profissional séria e que no google ele pode encontrar vários lugares, e pessoas, que oferecem esse tipo de serviço.
Normalmente eles pedem desculpa e desligam. 
Se ele repetir qualquer pergunta anterior, responda mecanicamente igual.
Se ele não parar diga, me desculpe mas não posso ajudá-lo e desligue vc.
Se houver apelação ou palavras de baixo calão, desligue ou delete o e-mail sem dizer nada.

Nunca dê risadinhas, seja séria e educada. Porque esse cara pode se arrepender da abordagem errada e virar um cliente normal. Também não se faça de ofendida, deixe ele saber que não é o único babaca que faz isso e que vc, como profissional, simplesmente ignora solenemente esse tipo de gente. O segredo é a frieza. Não demonstre sua indignação. Haja como se fosse normal, como se estivesse acostumada a lidar com babacas. É como não dar corda para provocações porque, tipo, vc já está preparada para elas. Vai perder a graça. 

E jamais se ofenda com atitude de gente babaca. Porque quem faz isso é Bacaca. E tem castigo pior que esse? Ser babaca??? Kkkkkkk Relaxe, o universo já se vingou.

Lembrando que esses babacas Não são clientes! São Fakes, nada mais.

Os verdadeiros clientes, são fantásticos! Caras modernos, limpos e antenados em suas ou seus parceiros. Nas suas próprias necessidades de vaidade e higiene. No cuidado do seu amor próprio.
São freqüentes e fiéis. Podem pensar qualquer coisa, mas agem como cavalheiros. Eu adoro todos eles.

Inclusive estou escrevendo este post por sugestão de um cliente que ficou perplexo, quando lhe contei das abordagens babacas dos telefonemas e e-mails.

E porque levei uma bronca do mesmo, por ficar tanto tempo sem atualizar o Blog.

Valeu a bronca, não sumirei mais.




sexta-feira, 31 de julho de 2015

Cirurgia pós-bariátrica do tronco superior: abdominoplastia em "Y"
Autores: Luis Roberto Perez Flores1; Francisco Claro de Oliveira Junior2; Antonio Gustavo Zampar1; José Marcos Mélega3


Descritores: Abdome/cirurgia. Mamoplastia. Obesidade. Cirurgia bariátrica.
RESUMO:
Introdução: Após grande perda de peso, observa-se flacidez de pele em várias regiões do corpo. O abdome com grande excesso de pele necessita da combinação de incisões mistas para correção desta flacidez com maior eficiência. Contudo, as incisões clássicas em âncora permitem o tratamento do abdome médio e inferior, entretanto não corrigem satisfatoriamente a flacidez epigástrica residual em alguns pacientes. Método: Seis pacientes previamente operadas de dermolipectomia abdominal em âncora e que mantinham flacidez epigástrica residual e mamária realizaram a mamoplastia com pedículo inferior associada à dermolipectomia reversa em âncora no mesmo ato operatório. Com seguimento mínimo pós-operatório de três meses, foram feitas avaliações desta nova técnica, quanto ao tempo de recuperação do paciente, viabilidade da técnica cirúrgica, complicações intra e pósoperatórias, características das cicatrizes, adequada correção da flacidez epigástrica e da ptose mamária e satisfação do paciente. Resultados: As cirurgias foram realizadas sem complicações intra-operatórias. As incisões utilizadas permitiram exposição adequada do campo operatório e facilidade no tratamento das estruturas abordadas com pequeno acréscimo à cicatriz da mastopexia na região esternal. Os pacientes apresentaram expressiva melhora do contorno corporal na região epigástrica e satisfatória correção da ptose mamária. Todos se mostraram satisfeitos com o resultado. Conclusão: A abordagem permitiu o tratamento da flacidez abdominal em epigástrio e correção da ptose mamária, com resultados satisfatórios, seguros e reprodutíveis para os pacientes com grandes perdas ponderais.
INTRODUÇÃO

Em pacientes com grande perda ponderal, observa-se flacidez de pele em várias regiões do corpo, sendo o abdome e as mamas frequentemente as primeiras regiões a serem tratadas1-3. Entretanto, o tratamento satisfatório do tronco superior em pacientes pós-bariátricos é, algumas vezes, um desafio para o cirurgião plástico. A incisão clássica, como a abdominoplastia em âncora, permite o adequado tratamento do abdome médio e inferior, mas não é efetiva para o abdome superior. A abdominoplastia reversa, embora possa melhorar a flacidez epigástrica não é capaz de corrigir adequadamente o excesso de pele circunferencial. Estas circunstâncias são muito frequentes em paciente com grande perda ponderal, pois o abdome com grande excesso de pele necessita de uma combinação de incisões (vertical e horizontal) para a adequada remoção da flacidez longitudinal e circunferencial1,2,4.

São cada vez mais frequentes em nossos meio pacientes com grande perda de peso, que já realizaram cirurgias de contorno corporal e que permanecem com flacidez residual, principalmente na região epigástrica. Desta forma, propomos uma nova abordagem, capaz de tratar a flacidez epigástrica e a ptose mamária: uma abdominoplastia reversa em âncora combinada com mamoplastia; que descreve um "Y" em sua marcação pré-operatória e na cicatriz final. Este procedimento permite correção satisfatória e simultânea: da frouxidão epigástrica, do excesso de pele da axila, das dobras cutâneas dorsais, da ptose mamária e elevação dos sulcos submamários nos pacientes que perderam grande quantidade de peso e têm cicatriz mediana epigástrica prévia, resultante da gastroplastia bariátrica.


MÉTODO

Uma revisão da técnica de abdominoplastia vertical reversa ("fleur-de-lis" reversa) combinada com mamoplastia é apresentada. A técnica foi executada durante um período de seis anos, em seis pacientes do sexo feminino, com perda de peso maciça, que sofriam de frouxidão epigástrica e ptose mamária e apresentavam cicatriz abdominal mediana superior devido ao pós-operatório de gastroplastia bariátrica aberta.

A abordagem começa com a demarcação da pele abdominal em excesso a ser removido com estimativas feita por "pinch-testes" com o paciente em pé no pré-operatório. Com o objetivo de corrigir a flacidez vertical, a área a ser ressecada é definida, em sua margem superior, no sulco submamário bilateralmente. A linha de incisão inferior é estimada pela tração para cima dos tecidos moles em excesso do abdome até o sulco submamário (localização da cicatriz final). O excesso circunferencial da pele a ser corrigida é determinado por meio de um triângulo invertido localizado na linha média do abdome superior e inferior, demarcado por uma estimativa também feita por "pinch tests" (Figuras 1 e 2). A inclusão do umbigo ou não na área removida depende da quantidade de sobra de tecidos ou abaulamento residual neste local.


Figura 1 - Marcação abdominal inicial, realizada com a paciente em pé. A incisão abdominal superior é marcada no sulco inframamário e por "pinch test" a flacidez abdominal longitudinal é calculada. Da mesma forma, o excesso circunferencial é marcado na linha média abdominal.


Figura 2 - Marcação pré-operatória da abdominoplastia em "Y. As incisões horizontais, incluindo os sulcos inframamários bilateralmente, determinam a margem superior da ressecção. A incisão inferior é determinada por tração, em direção superior, da flacidez abdominal, por meio de "pinch test". O excesso circunferencial é determinado também por "pinch test" na linha média (linhas pretas). Nesta paciente (paciente E), as mamas foram marcadas conforme preconizado pela técnica de Pitanguy (linhas azuis). É possível observar a pequena cicatriz adicional resultante desta técnica marcada em linha preta na região pré-esternal, considerando que ela terá cicatrizes resultantes da mamoplastia (linhas azuis) e já tem uma cicatriz prévia na linha média do abdome superior. Observe a marcação final do excesso de tecido a ser ressecado que descreve um desenho em forma de "Y".



As incisões são feitas sobre a demarcação pré-operatória com bisturi número 22 através da derme e, em seguida, completa-se com eletrocautério até um plano sobre a aponeurose muscular. A incisão horizontal inicia-se no sulco submamário e o excesso de tecido a ser removido é reavaliado após o descolamento da área previamente demarcada e nova tração. As incisões verticais são realizadas de forma semelhante e a confirmação do excesso de pele a ser retirado é feito com trações bilaterais em sentido centrípeto. Após a ressecção do excesso de tecido mole indesejado, os tecidos vizinhos, que não foram descolados, são aproximados por planos, com pontos inabsorvíveis na fáscia de Scarpa e plano subdérmico, seguido por sutura intradérmica absorvível. Drenos a vácuo tipo Portovac são frequentemente colocados.

Na paciente que não teve qualquer cirurgia plástica anterior, uma minilipoabdominoplastia complementar suprapúbica, com plicatura da aponeurose do músculo reto abdominal através de sutura inobservável intermitente, foi realizada para tratar a diástase muscular e a flacidez do abdome inferior.


RESULTADOS

Seis pacientes após grande perda ponderal por gastroplastia aberta do sexo feminino realizaram abdominoplastia reversa vertical associada a mamoplastia simultânea (abdominoplastia em "Y" - Figura 3), quatro delas devido ao excesso cutâneo e adiposo residual em região epigástrica após abdominoplastia em âncora clássica (n=4), uma após abdominoplastia circunferencial (n=1) e uma com excesso predominantemente epigástrico, sem cirurgia prévia de contorno corporal (n=1). A idade média foi de 41,2 ± 10,8 anos, variando de 31 a 54 anos.


Figura 3 - Primeiro dia de pós-operatório com cicatrizes adequadamente posicionadas no sulco inframamário e linha média do abdome superior, também descrevendo a forma de um "Y".



A abdominoplastia foi combinada em quatro pacientes com a mamoplastia clássica de Pitanguy e, em duas, foram realizadas mastopexia com implante mamário de silicone. O acompanhamento pós-operatório médio foi de 19,5 ± 14,7 meses, variando de 3 a 36 meses.

Não houve complicações intra-operatórias. Embora tenha sido realizada adequada hemostasia durante a cirurgia, uma paciente necessitou de transfusão sanguínea imediatamente ao término do procedimento. Todas as pacientes apresentaram boa evolução pós-operatória imediata, recebendo alta hospitalar no dia seguinte ao procedimento.

Foram observados dois casos de complicações pós-operatórias tardias, um caso de seroma com resolução em uma semana após drenagem por punção percutânea com agulha fina em dias alternados, e um caso de deiscência parcial de aproximadamente 2,5 cm2 na junção das cicatrizes da mama esquerda (Figura 4). Este caso teve cicatrização completa com curativos locais. Não houve nenhum caso de hematoma, infecção, necrose tecidual, formação de quelóide, cicatrizes dolorosas ou flacidez residual das áreas tratadas. As cicatrizes ficaram com boa qualidade estética e adequadamente posicionadas no sulco submamário e linha média abdominal (Tabela 1).


Figura 4 - Deiscência de aproximadamente 2,5 cm na junção das cicatrizes da mama esquerda observada no 14º dia de pósoperatória (paciente E). Este foi um dos dois casos de complicação local observado neste estudo. A ferida teve cura completa com tratamento tópico sem sequelas. Embora a cicatriz tenha ficado levemente alargada, por estar bem posicionada no sulco inframamário, a paciente não desejou o seu retoque.




As incisões permitiram ótima exposição do campo operatório, com adequado tratamento simultâneo das mamas e do abdome superior com o acréscimo de apenas uma pequena cicatriz entre as cicatrizes de mamoplastia convencional na região esternal (Figuras 2 e 3). Melhoras significativas no contorno e na forma das mamas e de toda a região abdominal foram observadas (Figuras 5 a 7). Todas as pacientes afirmaram estarem completamente satisfeitas com os resultados alcançados nas regiões tratadas.


Figura 5 - Paciente de 43 (paciente B) que perdeu 64 kg após gastroplastia aberta, apresentando ptose mamária e importante flacidez epigástrica residual após nove meses de abdominoplastia vertical clássica. Fotos pré-operatórias (acima) e resultados pós-operatórios de 12 meses de abdominoplastia em "Y" (fotos inferiores). Melhora no contorno das mamas e do abaulamento na região epigástrica (seta amarela).


Figura 6 - Paciente de 54 anos (paciente C) que perdeu 65 kg após gastroplastia aberta em pós-operatório de 1 ano de abdominoplastia vertical clássica. Ela apresentava ptose mamária e importante flacidez residual em região epigástrica (fotos superiores, pré-operatório). Trinta e seis meses de pós-operatório da abdominoplastia em "Y" (fotos inferiores). Observe a significante melhora do contorno das mamas e da região epigástrica, que teve uma suavização após a remoção do excesso de pele e gordura (setas pretas demonstrando abaulamento epigástrico e setas amarelas, amenização das dobras de pele).


Figura 7 - Paciente de 31 anos (paciente F) após perda maciça de peso. Ela tinha uma cicatriz epigástrica devido a gastroplastia aberta, mas nunca tinha feito abdominoplastia. (Fotos superiores) Pré-operatório mostrando ptose mamária e redundância tecidual no abdome, particularmente em região epigástrica. (Fotos inferiores) Pós-operatório de 3 meses de abdominoplastia em "Y", demonstrando excelente forma das mamas através de mastopexia com implante de silicone de 230 cc. O abdome apresentou grande melhora, principalmente na região superior. Nesta paciente, a abdominoplastia em "Y" foi complementada simultaneamente com uma minilipoabdominoplastia suprapúbica com plicatura do músculo reto abdominal para o tratamento do abdome inferior.



DISCUSSÃO

As técnicas clássicas de abdominoplastia algumas vezes não são capazes de resolver o problema do excesso de pele e gordura residual na região epigástrica, frequentemente presentes em pacientes com grande perda ponderal. A abdominoplastia vertical reversa em associação com a mamoplastia, uma abordagem nunca antes descrita, tem se mostrado uma solução específica para este problema, especialmente para os pacientes que já têm uma cicatriz no abdome superior decorrente da gastroplastia aberta.

A abordagem permite simultânea e satisfatória correção: (1) do excesso de pele longitudinal, por meio das incisões horizontais localizadas nos sulcos inframamários, que podem ser estendidas posteriormente até a ponta da escápula, para a remoção adicional da flacidez axilar e dorsal2-7, (2) da flacidez epigástrica circunferencial, por meio da incisão vertical na linha média abdominal, aplicando os mesmos princípios das abdominoplastias verticais clássicas8-10.

Em adição, esta abordagem aproveita as incisões que são classicamente utilizadas para a mamoplastia11, uma vez que as incisões horizontais são efetivamente aplicadas à cirurgia das mamas e do abdome. A incisão vertical promove a remoção da cicatriz, comumente hipertrófica, resultante da gastroplastia aberta situada na linha média do abdome superior, comprovando, portanto, que não há aumento importante na extensão das cicatrizes.

A transfusão sanguínea realizada em um caso é reportado na literatura como um procedimento aceitável e, inclusive, esperado nas cirurgias de contorno corporal pós-bariátrica12,13. Tivemos as mesmas taxas de complicações locais habitualmente relatadas para mamoplastias e abdominoplastias isoladamente12-18. Em adição, observamos resultados, para lidar efetivamente com a flacidez epigástrica, apenas obtidos por meio desta abordagem.

Apesar de não termos utilizados meios objetivos para quantificar a qualidade das cicatrizes ou a satisfação das pacientes, a abordagem teve grande taxa de "feedback" positivo das pacientes e de aprovação da equipe médica após comparação das fotos pré e pós-operatórias. Este resultados, obtidos inicialmente para as pacientes após gastroplastia aberta com flacidez epigástrica residual após abdominoplastia, nos estimulou a estender nossas indicações para pacientes que realizaram gastroplastia aberta com predominante redundância de pele e gordura em região epigástrica sem abdominoplastia prévia (paciente F).

A limitação desta técnica inclui a combinação simultânea com abdominoplastia suprapúbica clássica nos pacientes com predomínio de flacidez em abdome inferior. Estas duas técnicas quando realizadas simultaneamente podem comprometer o suprimento sanguíneo dos retalhos abdominais e resultar em necrose3,9,16,19,20. Uma forma de contornar este problema, quando indicado os dois procedimentos, é associar à abdominoplastia em "Y" a minilipoabdominoplastia do abdome inferior, como descrito por Saldanha et al.21 e conforme foi realizado na paciente F do presente estudo (Figura 7).


CONCLUSÃO

A abdominoplastia reversa em âncora combinada com a mamoplastia, abdominoplastia em "Y", permitiu satisfatória correção simultânea da flacidez abdominal, predominantemente epigástrica, e da ptose mamária e demonstrou ser um procedimento seguro para os pacientes com perda ponderal maciça e sem cicatrizes adicionais importantes nas pacientes que realizaram previamente gastroplastia aberta.


REFERÊNCIAS

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4. Hurwitz DJ, Agha-Mohammadi S. Postbariatric surgery breast reshaping: the spiral flap. Ann Plast Surg. 2006;56(5):481-6.

5. Rebello C, Franco T. Abdominoplasty through a submammary incision. Int Surg. 1977;62(9):462-3.

6. Wallach SG. Treating the abdominotorso region of the massive weight loss patient: an algorithmic approach. Plast Reconstr Surg. 2008;121(4):1431-41.

7. Halbesma GJ, van der Lei B. The reverse abdominoplasty: a report of seven cases and a review of English-language literature. Ann Plast Surg. 2008;61(2):133-7.

8. Fischl RA. Vertical abdominoplasty. Plast Reconstr Surg. 1973;51(2):139-43.

9. Franco T, Franco D, Medeiros-Filho JT. Dermolipectomia por incisão submamária. In: Resende JHC, ed. Tratado de cirurgia plástica na obesidade. Rio de Janeiro: Rubio; 2008. p.303-8.

10. Babcock WW. On diseases of women and children. Am J Obstet Gynecol. 1916;74:596.

11. Baroudi R, Keppke EM, Carvalho CG. Mammary reduction combined with reverse abdominoplasty. Ann Plast Surg. 1979;2(5):368-73.

12. van Geertruyden JP, Vandeweyer E, de Fontaine S, Goldschmidt DP, Duchateau J. Circumferential torsoplasty. Br J Plast Surg. 1999;52(8):623-8.

13. Leahy PJ, Shorten SM, Lawrence WT. Maximizing the aesthetic result in panniculectomy after massive weight loss. Plast Reconstr Surg. 2008;122(4):1214-24.

14. Cardoso de Castro C, Cupello AM. Analysis of 60 cases of simultaneous mammaplasty and abdominoplasty. Aesthetic Plast Surg. 1990;14(1):35-41.

15. Lanier VC Jr. Body contouring surgery after weight reduction. South Med J. 1987;80(11):1375-80.

16. Savage RC. Abdominoplasty following gastrointestinal bypass surgery. Plast Reconstr Surg. 1983;71(4):500-9.

17. Kim J, Stevenson TR. Abdominoplasty, liposuction of the flanks, and obesity: analyzing risk factors for seroma formation. Plast Reconstr Surg. 2006;117(3):773-9.

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20. Mayr M, Holm C, Höfter E, Becker A, Pfeiffer U, Muhlbauer W. Effects of aesthetic abdominoplasty on abdominal wall perfusion: a quantitative evaluation. Plast Reconstr Surg. 2004;114(6):1586-94.

21. Saldanha OR, De Souza Pinto EB, Mattos WN Jr, Pazetti CE, Lopes Bello EM, Rojas Y, et al. Lipoabdominoplasty with selective and safe undermining. Aesthetic Plast Surg. 2003;27(4):322-7.



1. Cirurgião Plástico do Instituto de Cirurgia Plástica Santa Cruz, Membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP).
2. Pós-graduando da UNICAMP; Médico Cirurgião Plástico do Instituto de Cirurgia Plástica Santa Cruz, Membro da SBCP.
3. Cirurgião Plástico Membro da SBCP; Rgente do Instituto de Cirurgia Plástica Santa Cruz.

Correspondência para:
Francisco Claro de Oliveira Jr
Instituto de Cirurgia Plástica Santa Cruz
Rua Santa Cruz, 398
São Paulo, SP, Brasil - CEP: 04122-000
E-mail: fclarojr@gmail.com

Artigo recebido: 27/5/2010
Artigo aceito: 25/8/ 2010

Trabalho realizado no Instituto de Cirurgia Plástica Santa Cruz, São Paulo, SP, Brasil

Artigo submetido pelo SGP (Sistema de Gestão de Publicações) da RBCP

segunda-feira, 20 de julho de 2015



Musica Relaxante




Continuação matérias sobre Unhas













Esmalte em gel dura mais tempo, mas não deve ser usado sempre, e aprenda a desencravar  unhas.


Tem mulher que não liga muito, mas tem mulher que não fica sem fazer a unha. O problema é que, muitas vezes, os esmaltes não sobrevivem muito tempo, principalmente para aquelas que costumam lavar louça e mexer muito com água.
No Bem Estar desta quarta-feira (29), a dermatologista Márcia Purceli e o técnico de unha Remmy Forcel explicaram, porém, que já existe no mercado um novo esmalte, em gel, que é mais resistente a essas atividades do dia a dia e duram mais tempo.
Apesar de parecer uma solução milagrosa, o esmalte em gel não deve ser usado sempre, como uma rotina, como alertou a médica. Como ele é difícil de remover, muitas mulheres precisam voltar na manicure para tirar e já aproveitam para fazer a unha novamente. O problema é que os produtos usados na remoção podem danificar as unhas - por isso, é indicado recorrer a essa técnica apenas em ocasiões especiais, como uma longa viagem, por exemplo. Além disso, seja com qualquer esmalte, a recomendação principal é sempre deixar a unha "respirar" por, pelo menos, um dia antes de ser pintada novamente, para que ela não fique ressecada e quebradiça.
Unhas vale este (Foto: Arte/G1)
A repórter Natália Ariede foi até um shopping conferir como a unha com esmalte em gel é feita. Nesse caso, em geral, os esmaltes escuros duram cerca de 15 dias e os claros de 20 a 25 dias. Para fazer, o procedimento dura em média 1 hora e meia, mas há a vantagem de a cliente já sair com a unha seca, sem correr o risco de esbarrar e estragar.
Além disso, a sequência é um pouco diferente – primeiro, é aplicado um fixador para preparar a unha e retirar o brilho e a oleosidade. Depois, é colocada uma base em gel, o esmalte e o extra brilho. Por último, a unha é colocada em uma cabine de ultravioleta ou led para o gel secar. A repórter resolveu, inclusive, provar o esmalte em gel – depois de 12 dias lavando louça, jogando vôlei na praia e nadando na piscina, o esmalte continuou com brilho e sem descascar. O único problema é que, como a unha cresceu, ficou um espaço na parte de cima, como ela mostrou na reportagem (confira no vídeo acima).
Exclusivo na web
No vídeo ao lado, a dermatologista Márcia Purceli e o cirurgião plástico Murilo Fraga tiram dúvidas dos internautas sobre cuidados com as unhas e lipoaspiração. Confira!
Outro problema depois da unha feita com esmalte em gel é a remoção, que não é tão simples assim. Como explicou o técnico de unha Remmy Forcel, existem duas técnicas - uma delas é feita envolvendo um algodão com um produto específico de remoção na unha; a outra é feita colocando a unha imersa dentro de um pote com esse produto. O especialista explica ainda que, antes de começar qualquer uma delas, é preciso lixar a unha para remover o brilho e deixá-la mais porosa para o produto conseguir penetrar.
É importante tomar cuidado, no entanto, com os removedores de esmalte, que retiram alguns componentes bons das unhas - a dica da dermatologista Márcia Purceli é preferir aqueles com óleo, que ajudam a manter a água na parte interna. É importante ainda manter as unhas sempre hidratadas para evitar o ressecamento e também a quebra. Em caso de unha quebradiça, a médica alerta que isso pode ser um indício de problemas de saúde, como alterações na tireoide, anemia, perda rápida de peso ou falta de proteína. Nesse caso, é preciso procurar um médico para investigar com um exame de sangue.
Como cortar?
Antes de pintar as unhas, é preciso cortá-las de um jeito que não encrave. Segundo a podóloga Cristina Lopes, uma das principais dicas para cortar as unhas dos pés é optar sempre pelo alicate, que tem mais precisão do que o cortador de unha.
Depois, é importante cortar só o que é preciso acertar, sem virar o alicate para remover o canto, já que esse corte é justamente aquele que causa o encravamento. Depois de cortado, é hora de utilizar uma lixa que não seja agressiva para dar um acabamento até nas unhas mais finas.
Nas mãos, o mesmo alicate deve ser usado, mas como não tem o problema do sapato apertado, é mais raro que as unhas encravem. Por isso, dá para variar o formato entre redonda ou quadrada, como explicou a especialista na reportagem da Natália Ariede (confira no vídeo acima).

















DOI: 10.5935/2177-1235.2015RBCP0111
Descritores: Mamoplastia; Braquioplastia; Toracoplastia; Cirurgia plástica em ex-obeso.
RESUMO:
INTRODUÇÃO Os pacientes ex-obesos necessitam de uma abordagem complexa, diante do grande excesso de pele decorrente da perda ponderal. Em alguns casos, muitas cirurgias plásticas são necessárias, não havendo uma padronização na associação destas cirurgias. No segmento superior do corpo, a região dos braços, a lateral do tórax e as mamas normalmente são acometidas, principalmente nas mulheres. Diversas técnicas foram desenvolvidas com o objetivo de alcançar resultados melhores e com cicatrizes mais escondidas. Algumas técnicas podem ser associadas, sendo realizadas em um único tempo cirúrgico. Quando a equipe é bem estruturada, o tempo cirúrgico é reduzido, significando mais segurança para o paciente.
MÉTODO: Os autores apresentam uma técnica que oferece padronização no tratamento do ex-obeso, que é realizada em tempo único: a Mamoplastia (pela técnica de Pitanguy ou com aposição de prótese mamária), a Toracoplastia (com a retirada do excesso de pele na lateral do tórax) e a Braquioplastia (realizada com um desenho retilíneo na parte mais inferior dos braços).
RESULTADOS: Os sete casos foram avaliados quanto ao tempo cirúrgico, à localização das cicatrizes, à forma final e à simetria. Entre as complicações, houve deiscências parciais (14%) e cicatrizes hipertróficas (14%). O resultado estético foi satisfatório para os pacientes em 84% dos casos, sendo que a qualidade da cicatrização do paciente, queloide ou cicatrizes hipercrômicas, foi a maior causa de insatisfação.
CONCLUSÃO: A utilização da técnica de Toracobraquio-mamoplastia em um único tempo se mostrou efetiva no tratamento do ex-obeso, oferecendo mais uma opção, diante das outras cirurgias que estes pacientes normalmente necessitam.
INTRODUÇÃO

Hoje, um grande número de pacientes com grande perda ponderal após gastroplastias redutoras vem se tornando um novo segmento da cirurgia plástica, constituindo um amplo campo de atuação, tendo em vista as múltiplas cirurgias que são necessárias para retirada de toda a pele excedente. Uma padronização das cirurgias a serem realizadas é necessária, principalmente em abdome, mamas, braços e coxas. Para uma melhor abordagem desses pacientes, o corpo é dividido em quatro segmentos, da porção superior à inferior (Figura 1). O número 'um' representa a face e o pescoço, sendo tratado com a Ritidoplastia. O número 'dois' é o segmento superior do corpo, representado por membros superiores, tórax e mamas, tratado com a Toracobraquio-mamoplastia, que é abordada neste trabalho. O número 'três' é delimitado pela região de abdome, flancos e região glútea, sendo tratado basicamente com a Abdominoplastia Circunferencial. E o número 'quatro' é representado pelos membros inferiores, tratado com o Lift Crural.


Figura 1. Planejamento do tratamento do paciente ex-obeso.



O tratamento da lateral do tórax associado à dermolipectomia dos braços já foi realizado há longa data, em pacientes obesos ou que tiveram grandes perdas ponderais1,2, bem antes do advento das Gastroplastias redutoras. Normalmente, a mamoplastia, ou a mastopexia, era feita em um tempo separado, sendo normalmente necessária a aposição de prótese de silicone, devido à grande atrofia tecidual de glândula mamária e de tecido adiposo. Outras técnicas fazem a abordagem em um único tempo, mas com incisões separadas3, em que a cicatriz lateral da mama segue posteriormente pelo tórax (pela marca do sutiã), e a braquioplastia não continua pelo tórax, ficando restrita na axila, com a compensação de pele em "L" dentro da axila4,5. Realizamos um desenho na região do tórax e dos braços semelhante ao proposto por Pitanguy, em 19751; associada à técnica do mesmo autor para mamoplastias e, se necessário, é feita a aposição da prótese de silicone, tudo no mesmo tempo cirúrgico, em que a cicatriz resultante segue do epicôndilo medial do cotovelo até a região esternal (Figura 2). Observe-se que, quando necessário, prossegue-se unindo medialmente as cicatrizes, com uma Abdominoplastia Reversa (Figura 3).


Figura 2. Toracobraquio-mamoplastia.


Figura 3. Toracobraquio-mamoplastia + Abdominoplastia reversa.



Em 2005, foi feita uma escala para padronização dos pacientes ex-obesos, conforme os graus de ptose em todas as regiões do corpo, a escala de Pittsburgh6. A técnica da Toracobraquio-mamoplastia é indicada para graus dois e três de flacidez braquial (Figura 4), associada ao grau três de mamas, em que há deformidade mais acentuada, com ptose significativa das mamas, grande flacidez cutânea, atrofia intensa do parênquima e desvio medial do CAP, devido ao grande excesso torácico lateral (Figura 5) e no dorso (Figura 6).


Figura 4. Escala de Pittsburg - Braços.


Figura 5. Escala de Pittsburg - Mamas.


Figura 6. Escala de Pittsburg - Dorso.



O objetivo deste trabalho é padronizar o tratamento do segmento de mamas, tórax lateral e braços, em uma única cirurgia e com apenas uma cicatriz de cada lado.


MÉTODO

Este trabalho foi realizado em sete pacientes (mulheres), em uma faixa etária variando de 27 a 65 anos, com a média de idade de 47 anos, no período de 2011 a 2014. Em uma única cirurgia, foram realizadas Mamoplastias, Toracoplastias e Braquioplastias.

A marcação prévia da paciente foi feita em ortostase, que é um dos aspectos mais importantes da técnica. Os braços ficam abertos em noventa graus e os antebraços, na posição vertical. A marcação é iniciada pela mama conforme a técnica de Pitanguy, mas com os pontos AB e AC maiores do que o normal, e o ponto AC sempre um centímetro maior do que o AB. Na região lateral da mama, no nível da linha axilar anterior, inicia-se a ascensão da marcação, e com o pinçamento manual, é feita a marcação da quantidade de pele que pode ser retirada. A marcação é curvilínea e em direção à prega axilar posterior, sendo a parte lateral sempre bem maior do que a medial; fazem-se necessários pontos de referência perpendiculares, em torno de três, para que não haja compensação errônea no final da cirurgia. Na região da axila, reduzimos a marcação da retirada de pele, para um a dois centímetros, para evitar bridas axilares no pós-operatório tardio. Da linha axilar posterior, traçamos uma linha reta até a região do epicôndilo medial do cotovelo, pelas regiões anterior e posterior do braço, fazendo sempre um pinçamento digital para verificar a possibilidade de fechamento dos dois lados. Toda a pele retirada a partir da parede lateral do tórax até o cotovelo pode ser abordada como uma grande "orelha" lateral da mamoplastia.

A cirurgia é feita sob anestesia geral, sendo feita uma infiltração da mama com uma solução de 120 mililitros de soro fisiológico, 40 mililitros de xilocaína e uma ampola de adrenalina, com o intuito de diminuir o sangramento e a quantidade de anestésico venoso injetado. Nos casos em que ainda exista um panículo adiposo abundante, pode ser feita uma lipoaspiração prévia no retalho a ser retirado da região do tórax e do braço.

Os tempos cirúrgicos seguem uma ordem. Primeiro, é feita a mamoplastia. Após a mama montada, segue-se para a toracoplastia, fazendo a dermolipectomia e a compensação dos retalhos. Finalmente, enquanto um cirurgião termina a sutura da mama, é feita a braquioplastia (Figura 7).


Figura 7. Trans e pós-operatório imediato.



A sutura é feita com Monocryl 3-0 nos pontos de maior tensão e Monocryl 4-0 nos pontos subdérmicos e intradérmicos. Finalmente, faz-se a microporagem com tiras bem finas, gazes simples e acolchoadas. Nas mamas, é colocado o sutiã cirúrgico e, nos braços, ataduras com compressão moderada.


RESULTADOS

Os sete casos foram avaliados quanto ao tempo cirúrgico, à localização das cicatrizes, à forma final e à simetria. Entre as complicações, houve deiscências parciais (14%) e cicatrizes hipertróficas (14%) (Figuras 8-12). O resultado estético foi satisfatório para os pacientes em 86% dos casos, sendo que a qualidade da cicatrização do paciente, queloide ou cicatrizes hipercrômicas, foi a maior causa de insatisfação (Tabela 1).


Figura 8. Caso 01.


Figura 9. Caso 02.


Figura 10. Caso 03.


Figura 11. Caso 04a.


Figura 12. Caso 04b.




DISCUSSÃO

As técnicas foram empregadas para cada região (mama, tórax e braços) e associadas em um único procedimento. A escala de Pittsburg6 veio facilitar a indicação destas cirurgias após um diagnóstico apurado, observando, principalmente, o excesso de pele em cada região. Nas mamas, a presença ou não de glândula e gordura é que irá indicar a aposição de próteses de mama.

Conforme o grau de ptose mamária, é indicada a mastopexia. Nos casos de pseudoptose, pode ser feita apenas a colocação da prótese sem retirada de pele, que pode ser feita apenas no tórax e nos braços. São utilizadas próteses texturizadas de perfil alto.

Quando existe hipertrofia mamária ou quando o volume é adequado, é empregada a técnica de Pitanguy, pela facilidade de execução e pelo tempo menor cirúrgico. Nesses casos, sempre é feita a fixação dos pilares, medializando o máximo possível, pois a tração da toracoplastia tende a lateralizar a mama.

Com relação à toracoplastia, Hurwitz faz a incisão como uma continuação da mamoplastia, seguindo horizontalmente para o dorso, na região da marca do sutiã, com a braquioplastia separadamente4. Esta técnica implica na mudança para decúbito dorsal na finalização da toracoplastia.

A técnica apresentada neste trabalho tem um desenho que se assemelha à técnica de Geoffrey3 e Ruth Graf7, unindo todas as cirurgias em uma única incisão. No entanto, o desenho do autor faz um ângulo muito agudo na axila, diferente do trabalho atual, com um desenho sinuoso e diminuição na ressecção de pele na axila, com o intuito de diminuir necroses na ponta do retalho e a formação de bridas axilares no pós-operatório tardio.

Com relação à Braquioplastia, hoje, todas as técnicas para flacidez braquial fazem uma incisão inferior e sem quebras de cicatriz, evitando as incisões quebradas, como na Wplastia, que apresentam muitas bandas e retrações no braço.

A padronização de cirurgias combinadas em pacientes ex-obesos é importante para a finalização do tratamento em todas as áreas acometidas. Alguns autores fazem a associação da Mamoplastia com a Abdominoplastia circunferencial4,5, deixando os braços para um segundo tempo. Dando continuidade ao trabalho publicado em 20048, optamos pela associação de Mamoplastia, Toracoplastia e Braquioplastia, por serem mais próximas e poderem ser realizadas com uma única incisão, o que facilita o pós-operatório.


CONCLUSÃO

O tempo cirúrgico médio e os resultados desses sete casos nos fizeram otimistas na abordagem do paciente em um único tempo, com a Toracobraquio-mamoplastia, uma vez que a incisão única e a região operada mais setorizada no segmento superior do corpo (segmento 2) mostram-se uma boa opção de tratamento do paciente ex-obeso.


REFERÊNCIAS

1. Pianguy I. Correction of lipodystrophy of the lateral thoracic aspect and inner side of the arm and elbow dermosenescence. Clin Plast Surg. 1975;2(3):477-83. PMid:1097165.

2. Baroudi R. Dermolipectomy of the upper arms. Clin Plast Surg. 1975;3:485-91.

3. Hallock GG, Altobelli JA. Simultaneous brachioplasty, thoracoplasty, and mammoplasty. Aesthetic Plast Surg. 1985;9(3):233-5. http://dx.doi.org/10.1007/BF01570856. PMid:4072818.

4. Hurwitz DJ. Single-staged total body lift after massive weight loss. Ann Plast Surg. 2004;52(5):435-41.http://dx.doi.org/10.1097/01.sap.0000123361.14654.a5. PMid:15096919.

5. Hurwitz DJ, Jerrod K. L-brachioplasty: an adaptable technique for moderate to severe excess skin and fat of the arms. Aesthet Surg J. 2010;30(4):620-9. http://dx.doi.org/10.1177/1090820X10380857. PMid:20829261.

6. Song AY, Jean RD, Hurwitz DJ, Fernstrom MH, Scott JA, Rubin JP. A classification of contour deformities after bariatric weight loss: the Pittsburgh Rating Scale. Plast Reconstr Surg. 2005;116(5):1535-44.http://dx.doi.org/10.1097/01.prs.0000182606.92069.13. PMid:16217505.

7. Colpo PG, Bark AA JR, Oliveira e Cruz GA, Freitas RS, Graf RM. Mama-tóraco-braquioplastia: tratando o tronco superior como unidade estética. Arq Catarin Med. 2009;38(Supl 1):238-40.

8. Furtado RI, Nogueira HC, Lima EM JR. Cirurgia plástica após gastroplastia redutora: planejamento das cirurgias e técnicas. Rev Soc Bras Cir Plast. 2004;19(2):29-40.










1. Pontíficia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), Rio de Janeiro, RJ, Brasil
2. Serviço de Cirurgia Plástica do Professor Ivo Pitanguy, Rio de Janeiro, RJ, Brasil
3. Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética, Fortaleza, CE, Brasil
4. Departamento de Dermatologia, Universidade Federal do Ceará (UFC), Fortaleza, CE, Brasil
5. Instituto Doutor José Frota, Fortaleza, CE, Brasil

Instituição: Trabalho realizado no Hospital Monte Klinikum, Fortaleza, CE, Brasil.

Autor correspondente:
Isaac Rocha Furtado
Harmony Medical Center
Avenida Dom Luís, 1233, Sala 606 - Aldeota
Fortaleza, CE, Brasil CEP 60160.230
E-mail: dr.isaacfurtado@gmail.com

Artigo submetido: 12/10/2013.
Artigo aceito: 8/2/2015.
Artigo OriginalPáginas 18 a 23
Abordagem do segmento superior do corpo em pacientes ex-obesos com cirurgia única: toracobraquio-mamoplastia
Autores: Isaac Rocha Furtado1,2,3; Russen Moreira Conrado4; José Dalvo Maia Neto5

http://www.rbcp.org.br/detalhe_artigo.asp?id=1594


   Essa matéria tem como objetivo e conhecimento respeitando o autor,

Cartilagem fragmentada para aumento do radix nasal
Autores: Manoel Alves Vidal; Diogo Kokiso; Bruno Peres Vidal; Auro Marcos Levy de Andrade Filho

DOI: 10.5935/2177-1235.2015RBCP0109
Descritores: Rinoplastia; Cartilagem; Enxerto; Cartilagens nasais.
RESUMO:
INTRODUÇÃO: A principal queixa dos pacientes que procuram as clínicas de cirurgia plástica para serem submetidos a rinoplastia é o dorso nasal. A utilização de enxerto cartilaginoso em radix nasal é rotineira e suas indicações habituais são para diminuir o ângulo nasofacial inadequado ou para redefinir o ponto de transição do radix, para alongamento ou encurtamento do nariz. Este trabalho tem o intuito de apresentar a enxertia de cartilagem do radix nasal, com cartilagem fragmentada e introduzida até o radix com seringa.
MÉTODO: Foi analisado o ato cirúrgico e seu resultado através da revisão de prontuários dos pacientes submetidos ao ato cirúrgico no período de 1/maio/2011 a 1/maio/2013, totalizando 37 casos.
RESULTADOS: Em todos os casos, conseguiu-se o resultado planejado de aumento do radix nasal com sucesso. Não foi observada absorção clinicamente detectável do enxerto.
CONCLUSÃO: A utilização do enxerto de cartilagem fragmentada realizada da forma descrita neste trabalho mostrou-se eficaz para a elevação do radix nasal.
INTRODUÇÃO

A principal queixa dos pacientes que procuram as clínicas de cirurgia plástica para serem submetidos a rinoplastia é o dorso nasal. O conceito do dorso nasal esteticamente harmonioso pode ser subjetivo. McKinney & Sweis1, em 2002, publicaram um sistema de mensuração para definir a proporção ideal do nariz, fornecendo ao cirurgião parâmetros para definir um nariz balanceado com a proporção de 2:1:1:0,75, em relação a comprimento, projeção, altura do rinion e altura do radix. Alterando a ponta e o dorso para balancear o nariz, pode ser necessário elevar ou abaixar o radix nasal.

A utilização de enxerto cartilaginoso em radix nasal é rotineira e suas indicações habituais são para diminuir o ângulo nasofacial inadequado2 ou para redefinir o ponto de transição do radix, para alongamento ou encurtamento do nariz3. Historicamente, os enxertos mais utilizados são de cartilagens íntegras onlay. Entretanto, a utilização dos enxertos fragmentados recuperou a importância após recentes publicações em rinoplastia4,5.

Neste trabalho, propusemos a utilização do enxerto de cartilagem fragmentada em radix para elevação deste e assim obter um nariz mais proporcional na relação ponta-dorso-radix. Este trabalho tem o intuito de apresentar enxertia de cartilagem do radix nasal, com cartilagem esmagada, fragmentada e introduzida até o radix com seringa, obtendo-se um resultado satisfatório sem aparência de enxerto.

Este trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa - CEP (CAAE: 17737913.8.0000.5430), na data de 30/julho/2013, sob o número do parecer 342.764.


MÉTODOS

Este trabalho foi realizado através da revisão de prontuários dos casos submetidos à enxertia do radix e do acompanhamento longitudinal dos pacientes no pós-operatório. Os pacientes foram avaliados com 7, 15 e 30 dias, 3 e 6 meses, e 1 e 2 anos. Foi avaliada a manutenção do contorno dorsal e indagado sobre a satisfação do paciente.

Foram realizados 37 casos no período de 1 de maio de 2011 a 1 de maio de 2013. Todos os casos com o acesso através de endorrinoplastia, com anestesia local e sedação.

O descolamento do dorso é estendido até o radix nasal, confeccionando-se a loja receptora dos enxertos com descolamento na área demarcada, no exato tamanho a ser preenchido pelo enxerto. O volume a ser enxertado é determinado ao injetar o anestésico no radix, até atingir a linha dorsal estética. Esse volume de anestésico é o mesmo a ser utilizado de cartilagem fragmentada.

Os enxertos obtidos foram a partir do septo nasal, do dorso nasal e da parte lateral de cartilagem alar. Após o isolamento do enxerto de cartilagem, este é esmagado no esmagador de Cottle (Figura 1) e então seccionado em fragmentos de 2 mm sobre a placa de Sheen, com lâmina de bisturi n.º 11 (Figura 2).


Figura 1. Cartilagens utilizadas.


Figura 2. Cartilagens fragmentadas.



A cartilagem esmagada e fragmentada é então introduzida em uma seringa de insulina (1 mL) previamente preparada6 (Figura 3), com a secção da ponta com tesoura de Mayo grosseira.


Figura 3. Seringa preparada.



Prossegue-se com a rinoplastia de acordo com o planejamento realizado e, no fim do ato cirúrgico, ao proceder-se ao fechamento da incisão, é mantida aberta uma parte da incisão intercartilaginosa na posição superior de uma das narinas. Então, a seringa é introduzida neste orifício até que sua ponta alcance o radix nasal (Figura 4). O enxerto fragmentado é introduzido lentamente, pressionando o êmbolo, e moldado de acordo com o efeito desejado (Figura 5). Este procedimento pode ser repetido até atingir o volume necessário, geralmente pré-determinado pela injeção do anestésico local.


Figura 4. Introdução da seringa.


Figura 5. Introdução da cartilagem.



Com o enxerto já introduzido e moldado (Figura 6), inicia-se a microporagem do nariz, com a primeira fita acima da área enxertada, para evitar o deslocamento dos enxertos. Micropora-se a seguir do radix à ponta nasal (Figura 7).


Figura 6. Cartilagem posicionada e moldada.


Figura 7. Microporagem.



RESULTADO

Os 37 casos foram acompanhados no pós-operatório com avaliação periódica durante 7, 15 e 30 dias, 3 e 6 meses, e 1 e 2 anos. Submeteram-se, ao ato cirúrgico, seis homens e 31 mulheres, com idade entre 18 e 55 anos. Em todos os casos, conseguiu-se o resultado planejado de aumento do radix nasal com sucesso (Figuras 8-13). O enxerto fragmentado consolidou-se durante o acompanhamento clínico tardio, sem apresentar deformidade de forma. Não foi observada absorção clinicamente detectável do enxerto, comparando-se a linha dorsal nas fotos do pós-operatório. Foi observado abaulamento por correção excessiva em três casos (8%) e deslocamento para o dorso com formação de supradesnivelamento sobre o osso nasal em dois casos (5%). Em avaliação tardia, após 2 anos, 17 casos (46%) apresentaram o enxerto palpável durante o exame físico.


Figura 8. Pré-operatório - caso 1.


Figura 9. Pós-operatório 3 meses - caso 1.


Figura 10. Pré-operatório - caso 2.


Figura 11. Pós-operatório 2 anos - caso 2.


Figura 12. Pré-operatório - caso 3.


Figura 13. Pós-operatório 2 anos - caso 3.



Os pacientes operados ficaram satisfeitos com o resultado no pós-operatório precoce e também tardio.


DISCUSSÃO

Historicamente, o enxerto de cartilagem mais utilizado foi seu uso onlay. Entretanto, o uso de cartilagem fragmentada tem sido bastante documentado, inclusive com sua utilização ampliada, publicada por Peer7,8. Seu uso em rinoplastia voltou a entrar em pauta com a publicação de Erol com Turkish Delight9, com a proposta de envolver a cartilagem fragmentada em Surgicel para diminuir a perceptibilidade da cartilagem e, ao mesmo tempo, possibilitar a modelagem externa em sua aplicação no dorso.

Daniel e Calvert publicaram sua experiência com a utilização do Turkish Delight com o resultado insatisfatório, observando a reabsorção do enxerto4. Comparativamente, utilizaram de forma semelhante o enxerto de cartilagem fragmentada envolto em fáscia temporal e o enxerto sem invólucro externo, obtendo resultados satisfatórios, com resultado clínico positivo5.

Em uma análise histológica realizada por Brenner et al.10, foi observado, ao implantar o enxerto em ratos, que o enxerto de cartilagem fragmentada envolto por Surgicel aparentou iniciar uma resposta inflamatória e subsequente absorção10.

Em nova análise realizada por Erol, utilizando cartilagens comprimidas e fragmentadas (0,5 a 1,0 mm) sem material envolto, para preencher as áreas através da utilização de seringas desenvolvidas pelo autor, obteve-se resultado com total preenchimento do pouch preparado, concluindo que a utilização da cartilagem sem invólucro é mais previsível por consistir apenas de cartilagem11.

Neste trabalho, em comparação com as publicações de Erol e Daniel9, utilizamos cartilagens fragmentadas de tamanho maior (cerca de 2 mm em vez de 0,5 a 1 mm) sem que se apresente maior visibilidade deste enxerto e não utilizamos qualquer invólucro, com as vantagens de não utilizar material exógeno como o Surgicel e de não causar um trauma adicional para a obtenção da fáscia temporal.

A forma utilizada para introdução da cartilagem no radix é semelhante à utilizada por Gustavo Moreira Costa de Souza12; entretanto, acreditamos que o enxerto livre pode migrar para outras regiões e não utilizamos em áreas, que não o radix, com descolamento pequeno. A ponta da seringa é cortada como utilizado por Daniel & Calvert4. Os resultados observados no nosso estudo vão ao encontro com o publicado por Gustavo Moreira Costa de Souza12, por não se apresentarem grande absorção e irregularidades na área enxertada.

As dificuldades técnicas observadas na utilização do enxerto solto podem ser sanadas através de detalhes técnicos, como: 1) área de descolamento restrito apenas ao volume a ser enxertado; 2) introdução do enxerto através de seringa de 1 mL com a ponta cortada, e 3) microporagem imediata após a introdução do enxerto para moldagem e evitar sua mobilidade.


CONCLUSÃO

A utilização do enxerto de cartilagem fragmentada realizada da forma descrita neste trabalho mostrou-se eficaz para a elevação do radix nasal. Esta forma de enxertia não causa deformidade, pode ser palpável após a sua consolidação, mas não visível como ocorre em enxertos onlay, e não demonstra absorção de repercussão clínica, podendo ser utilizada com segurança.


REFERÊNCIAS

1. McKinney P, Sweis I. A clinical definition of an ideal nasal radix. Plast Reconstr Surg. 2002;109(4):1416-8, discussion 1419-20. http://dx.doi.org/10.1097/00006534-200204010-00033. PMid:11965001.

2. Sheen JH, Sheen AP. Aesthetic rhinoplasty. 2nd ed. St. Louis: Mosby; 1987.

3. Gunter JP, Landecker A, Cochran CS. Frequently used grafts in rhinoplasty: nomenclature and analysis. Plast Reconstr Surg. 2006;118(1):14e-29e. http://dx.doi.org/10.1097/01.prs.0000221222.15451.fc. PMid:16816668.

4. Daniel RK, Calvert JW. Diced cartilage grafts in rhinoplasty surgery. Plast Reconstr Surg. 2004;113(7):2156-71. http://dx.doi.org/10.1097/01.PRS.0000122544.87086.B9. PMid:15253210.

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Departamento de Cirurgia Plástica, Faculdade de Medicina de Catanduva (FAMECA), São Paulo, SP, Brasil

Autor correspondente:
Manoel Alves Vidal
Faculdade de Medicina de Catanduva
Avenida Orlando Zancaner, 497 - Vila Amendola
Catanduva, SP, Brasil CEP 15801-120
E-mail: manoel.a.vidal@gmail.com

Instituição: Trabalho realizado no Serviço de Cirurgia Plástica da Faculdade de Medicina de Catanduva, São Paulo, SP, Brasil.

Artigo submetido: 4/2/2014.
Artigo aceito: 13/12/2014.